Alexandre Frota (PSDB), deputado federal morador de Cotia, é um incômodo cada vez maior ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nesta semana, o parlamentar apresentou o terceiro pedido de impeachment contra Bolsonaro, pediu para ver a carteira de vacinação do presidente e requisitou suspensão da conta de seu oponente nas redes sociais.
IMPEACHMENT
O terceiro pedido de impeachment encaminhado por Frota se ampara nos seguintes crimes supostamente praticados por Bolsonaro: crime de responsabilidade ao se manifestar contra a democracia; proclamar fraude eleitoral sem apresentar provas; e exposição de pessoas à covid-19 durante manifestações pró-governo sem o uso de máscara de proteção facial.
VACINAÇÃO
Nesta semana, o deputado também enviou um ofício ao presidente do Superior Tribunal Federal, Luiz Fux, no intuito de permitir que a população veja a carteira de vacinação de Bolsonaro. Abertamente crítico à campanha de imunização, apresentar uma carteira de vacinação completa seria uma incoerência. “O presidente, mais uma vez, pretende esconder da população o seu real comprometimento com a vacinação necessária para conter o avanço da pandemia no Brasil. Importante saber que este ato de Bolsonaro viola a Lei de Acesso a Informação de 2011”, afirma.
DISCURSOS DE ÓDIO
Após a suspensão das contas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por discursos de ódio e propagação de fake news, Frota pegou carona no ocorrido e enviou um ofício ao presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM), requerendo a suspensão das redes sociais dos parlamentares que publicam discursos de ódio e que participaram de manifestações antidemocráticas. O parlamentar também enviou ao diretor geral do Twitter e ao diretor geral do Facebook no Brasil um documento pedindo atenção à conta do presidente que, segundo Frota, “frequentemente vem publicando conteúdos de ódio e contra o Estado Democrático de Direito”.
CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Recentemente, Frota anunciou sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados e está buscando votos de outros inimigos declarados de Bolsonaro. Frota alfineta: “Ao contrário dos [outros] candidatos, não tenho cargo nem emendas para oferecer, não tenho jatinho à disposição, mas dia 2 de fevereiro vou abrir o processo de impeachment”, garante.
Há muitas especulações sobre o quanto o voto secreto pode afetar o resultado na hora da votação. Surpresas e traições podem ocorrer e mudar completamente o cenário da disputa para a presidência da Câmara. Diante disso, Frota deu entrada em um projeto para modificar o artigo 7º do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, para que a votação do Presidente e da Mesa Diretora seja aberta e pública, com o intuito de mostrar à população os votos de cada parlamentar. “Não podemos deixar a população em dúvida de qualquer ato dos parlamentares no exercício de seu mandato, pois, seja qual for o ato de qualquer deputado, deve ser transparente e de conhecimento de seu eleitor”, declarou em suas redes sociais.
