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​História: primeiro voo da América Latina, realizado em Osasco, comemora 112 anos

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Filho de um industrial, Sensaud de Lavaud residia com a família no Chalé Brícola, onde hoje é o museu da cidade e eram proprietários da Cerâmica Osasco (Divulgação/Alesp) 

A cidade de Osasco foi um dos principais palcos do desenvolvimento da aviação brasileira. Em 7 de janeiro de 1910, foi realizado no município o primeiro voo da América Latina. A empreitada foi feita pelo engenheiro franco-espanhol Dimitri Sensaud de Lavaud (1882-1947). O evento comemora 112 anos nesta sexta-feira (7).

O avião “São Paulo” sobrevoou por mais de seis segundos parte da região central do município, onde atualmente se encontra a avenida dos Autonomistas até avenida João Batista. Na sequência, o aeroplano caiu. De acordo com o jornal “O Correio Paulistano”, ele deslizou por 70 metros antes de levantar voo. O aviador, sem ferimentos, foi aplaudido pelos presentes que compareceram na ocasião. Neste período, Osasco ainda era um bairro da capital. 

O aeroplano feito por Lavaud foi inteiramente construído em Osasco (Divulgação/Prefeitura de Osasco). 

História

Segundo o livro “Cem Anos sem Antônio Agú” de Laura Leal, Dimitri Sensaud de Lavaud foi contagiado pelo feito pelo brasileiro Alberto Santos Dumont (1873-1932), quando este realizou o primeiro voo oficial da aviação com seu 14 Bis, no Campo de Bagatelle, em Paris, na França, em novembro de 1906.

Filho de um industrial, Sensaud de Lavaud residia com a família no Chalé Brícola e eram proprietários da Cerâmica Osasco. O local havia sido construído pelo italiano Antônio Agu (1845-1909), a pedido do banqueiro Giovanni Brícola (1853-1914). O espaço é atualmente o “Museu Osasco”, na avenida dos Autonomistas, 4001, no Jardim Alvorada.

O engenheiro contratou como projetista e auxiliar, Lourenço Pellegatti, e com a colaboração de vários operários da companhia de seu pai, construíram o aparelho inteiramente em Osasco. Ainda de acordo com Laura Leal, o único material que teve de ser importado da Europa, foi o aço.

Segundo o portal de notícias “G1”, a estrutura do avião era feita de pinho e peroba, com 18m² de superfície alar, cobertura de cretone envernizado, grampos e cabos de aço. Seu trem de pouso era composto por rodas de bicicleta. No total, a aeronave chegava a 54 km/h e seu motor, que fora totalmente construído e usinado no Brasil, pesava 25kgs.

Lavaud montou o aeroplano e o guardou num pequeno hangar ao lado de sua casa. E foi da frente do chalé, que realizou o voo.

“Deu sinal de largada. O aeroplano, numa descida vertiginosa, percorreu setenta metros na rampa e depois, qual uma libélula, alcançou-se do chão, voando a uma altura de dois a quatro metros em direção ao vale de do Rio Tietê, numa extensão de cento e três metros, em seis segundo e dezoito décimos. Um imprevisto! O motor parou de repente e o aparelho caiu bruscamente, amassando as rodas dianteiras. Dimitri nada sofreu”, relata Laura Leal no livro “Cem Anos sem Antônio Agú”.

Após o evento, o avião foi exposto para o público no Teatro Politecama, na capital. 

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