Em janeiro surge uma necessidade exaustiva para quem tem filhos menores: compra do material escolar. Pesquisar preços, reaproveitar material anterior e compra em grupo são dicas válidas sempre.
Mas para o consultor financeiro Guilherme de Almeida Prado pode ser oportunidade para dar aos filhos noções de educação financeira. Ao participar das compras, eles aprendem a se envolver com orçamento familiar.
“Da análise da lista, passando pela pesquisa de preços pela internet até a compra efetiva, as crianças devem ser envolvidas no processo de aquisição do material escolar. Essa decisão dos pais traz amadurecimento aos filhos e funciona como um importante instrumento de educação financeira. Temos gerações de brasileiros que não sabem lidar com dinheiro e muitos pais acreditam que essa capacitação seja responsabilidade da escola. Ao contrário, começa dentro de casa e se expande para a escola”, analisa Almeida Prado, mestre em Administração de Empresas pela Eaesp-FGV e autor do livro Conquiste Mais.
Para ele, as crianças herdam muito mais do que DNA dos pais: herdam seus hábitos financeiros.
O ideal é praticar com crianças em idade escolar. “Não tem regra. No meu caso, já envolvo minhas filhas que têm 6 e 8 anos. Elas entendem que orçamento tem limites. Elas pedem, mas na maioria, os pedidos são negados”, diz Prado.
E como convencer uma criança a dispensar o caderno de personagens outros itens caros? “Isso é realmente difícil. Muitas vezes alguns objetos de consumo fazem ‘pertencer a um grupo’. Mas vale bom senso. Uma sugestão é deixar um ‘item de indulgência’. Ou vai ser caderno, ou vai ser estojo, etc. Com isso ela aprende a fazer escolhas”, sugere o consultor, que é fundador do portal Konkero.
Para ele, a escola faz parte, mas os pais é que são exemplo. “A escola deve orientar e discutir exageros. Mas se os pais são consumistas fica muito mais difícil convencer os filhos do contrário”, conclui Prado.