Presidente da Abic faz alerta e diz que este produto, que custa em média R$ 13, é uma fraude. Confira dicas para adquirir o verdadeiro e puro café
Se você é daqueles que não vive sem um bom café ao longo do dia, já deve ter notado: o tradicional cafezinho está cada vez mais caro! O pacote de 1 kg das marcas mais conhecidas está custando, em média, R$ 30,00, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras. Secas, inundações, aumento da demanda, além da elevação do dólar, contribuem para o aumento no preço.
Com isso, muitos consumidores estão buscando alternativas. Mas, é preciso ficar atento para não cair na armadilha do produto adulterado, ou seja, o “café fake” ou “cafake”. Custando bem menos, por volta de R$ 13,00, ele traz impurezas na sua composição.
“As bebidas à base de café são uma fraude e não há uma categoria especifica para este produto. Portanto, o consumidor deve ficar atento também à média de preços que está na prateleira”, afirma Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
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Café fake: você sabe o que está consumindo?
O café verdadeiro é feito a partir do grão dentro do seu fruto, que passa por um processo de torra, moagem e empacotamento para garantir sabor e qualidade. O resíduo, composto de casca seca e mucilagem (camada viscosa rica em açúcares) é impureza, sendo, portanto, descartado.
Já o “café fake” é composto 100% por impurezas, como cascas, pedras, paus e sedimentos. “Ele recebe um produto químico que imita o sabor do café, totalmente artificial. Não existe uma categoria oficial para este tipo de produto”, explica Cardoso. Por isso, ele é encontrado a preços muito mais baixos nas prateleiras, mas sem garantia de qualidade ou segurança para o consumidor.
Segundo a entidade, com a intenção de burlar a legislação e enganar o consumidor, algumas empresas têm tentado enquadrar a mistura intencional de impurezas em outras categorias de alimentos, mantendo-se a identidade visual parecida com o verdadeiro produto.
A Abic alertou associações estaduais e nacionais de supermercados, além de órgãos públicos – como o Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -, sobre a venda de produtos adulterados. “Medidas estão sendo tomadas para retirá-los do mercado. Recomendamos o não consumo de tais produtos pela população, diante do risco de saúde”, destaca ele. Sua composição pode conter substâncias indesejadas ou contaminantes, além de aromatizantes artificiais que podem provocar reações adversas em pessoas sensíveis.
Em nota, a Abic ressalta que a a legislação nacional sanitária e de defesa agropecuária proíbe, com punição de multa e apreensão, a oferta direta ao consumidor de café misturado com resíduos agrícolas, matérias estranhas e impurezas como cascas, palha, folhas, paus ou qualquer parte da planta exceto a semente.

Como se proteger na hora da compra?
O presidente da associação dá dicas na hora de escolher um produto que seja realmente café. Primeiramente, o consumidor deve observar se há o selo de pureza e qualidade da Abic no painel frontal, lateral ou traseiro da embalagem.
“Outra observação importante é realizar o dowload do aplicativo Abicafe. Por meio da leitura do código de barras é possível verificar se o produto é certificado e em qual a categoria ele se enquadra: tradicional, extra forte, superior, gourmet ou especial”, finaliza Cardoso.
Outros especialistas do mercado ressaltam que embalagens com indicações do tipo “bebida sabor café” mostram que o produto não é puro. Vale a pena também ver a lista de ingredientes, que precisa conter grãos de café.
Produtos desclassificados
No ano passado, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou uma lista com marcas e lotes de café torrado considerados impróprios para consumo. Conquista, Cooperbac, Fino Sabor Superior, Rio Preto, Pedrosa, Caseiro Mineiro e Café Pioneiro foram as marcas citadas.

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