O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a descartar nesta segunda-feira (6) o envolvimento de organizações criminosas na produção e venda de bebidas adulteradas com metanol, que já causaram mortes e internações no estado.
Durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio afirmou que as investigações apontam para ações isoladas de falsificadores e que a principal hipótese é o uso do metanol para aumentar o volume de bebidas falsificadas.
“Há também a possibilidade de que quem estava adulterando a bebida tenha achado que o etanol era puro e, na verdade, acabou contaminando com metanol”, explicou o governador.
Segundo dados do governo estadual, até a manhã desta segunda-feira foram registrados 192 casos de contaminação por metanol, sendo 14 confirmados — incluindo duas mortes — e 178 ainda em investigação, com sete óbitos sob apuração.
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A Polícia Civil investiga se parte dos casos tem ligação com garrafas reaproveitadas que não foram encaminhadas corretamente para a reciclagem, permitindo sua reutilização por falsificadores.
Tarcísio também anunciou que vai pedir à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, lacres, tampas e selos apreendidos durante as ações de fiscalização. Somente na última semana, mais de 7 mil garrafas suspeitas de falsificação ou adulteração foram recolhidas em todo o estado.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, reforçou que não há indícios de participação do crime organizado, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), nesse tipo de crime.
“Até porque o crime organizado no Brasil tem por objetivo principal o lucro, e esse lucro é exponencial no tráfico de drogas. Na questão da bebida, o retorno é infinitamente inferior”, afirmou Derrite.
Na última semana, 20 pessoas foram presas, entre elas o principal fornecedor de insumos para falsificação de bebidas do estado. Mesmo assim, o secretário enfatizou que nenhum dos detidos pertence a facções criminosas. “Podemos classificar os envolvidos como uma associação criminosa, mas muito diferente de uma organização estruturada e hierarquizada. Até agora, não há nenhum indício de ligação com o crime organizado”, completou Derrite.


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