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Pacote fiscal: taxas disparam e juros futuros chegam a 13,9% em janeiro de 2027

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Alta taxa de juros impõe diversos desafios econômicos (Divulgação/Freepik)
Alta taxa de juros impõe diversos desafios econômicos

Especialista afirma que atual cenário econômico brasileiro, com o anúncio do pacote fiscal pelo Governo, exige atenção redobrada de empresas e investidores

Na quinta-feira, 28 de novembro, os contratos de juros futuros (mais longos), os DIs (Depósitos Interfinanceiros), abriram com forte alta devido ao anúncio do pacote fiscal realizado pelo Ministro da Economia, Fernando Haddad, um dia antes, na quarta-feira (27). Segundo o portal InfoMoney, no fim da tarde de quinta-feira, a taxa do DI para janeiro de 2025 – que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo – estava em 11,614%, ante 11,566% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 13,965%, alta de 31 pontos-base ante o ajuste de 13,657%.

Quando o assunto são os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,66%, ante 13,331% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 registrava taxa de 13,54%, elevação de 33 pontos-base ante 13,21%.

Mas, você sabe o que são juros futuros? Eles são contratos feitos entre duas partes sobre a estimativa de taxa de juros entre o dia de uma negociação e uma data futura. O acordo também é conhecido pelo termo DI Futuro.

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Pacote fiscal: atenção redobrada

Para Fabiano Cordaro, sócio da Scudieri Consultoria, o atual cenário econômico brasileiro exige atenção redobrada de empresas e investidores. “Compreender os movimentos da curva de juros futuros é essencial para decisões estratégicas bem-sucedidas. Estes indicadores, frequentemente subestimados, podem antecipar tendências antes mesmo de mudanças na taxa Selic”, afirma Cordaro.

Relembrando, a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a cada 45 dias. A Selic é, por exemplo, um dos indicadores mais importantes para o mercado imobiliário, impactando nos valores dos financiamentos. Hoje, ela está em 11,25% ao ano. Para agentes do mercado financeiro, ela chegaria a 13% aa em maio de 2025. Porém, depois do anúncio do pacote fiscal, a projeção mudou para 14,25%. O Copom deve decidir o valor na 1ª quinzena de dezembro de 2024.

Enquanto o mercado espera uma redução da Selic apenas no 2º semestre de 2025, Cordaro aponta que os verdadeiros pontos de inflexão podem ser identificados com antecedência por meio dos juros futuros, que hoje se encontram em patamares historicamente altos, semelhantes aos registrados no período pré-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Os juros futuros não são apenas um reflexo do mercado, mas uma bússola para decisões estratégicas. Saber interpretar esses movimentos permite agir no momento certo, seja para investir, renegociar dívidas ou planejar reestruturações financeiras”, explica o sócio da Scudieri Consultoria.

Pacote fiscal: taxas disparam e juros futuros chegam a 13,9% em janeiro de 2027
Empresas que ajustam suas estratégias antes do ponto de inflexão ganham uma vantagem competitiva significativa (Divulgação/Freepik)

Ajustando estratégias no tempo certo

O especialista ressalta também que a curva de juros futuros costuma antecipar os movimentos da Selic em seis a nove meses, criando uma janela estratégica para empresas e investidores se posicionarem de maneira mais vantajosa.

Cordaro dá exemplos desta desta dinâmica:

• Ciclo 2016-2017: inversão da curva seis a oito meses antes do primeiro corte da Selic.
• Ciclo 2011-2012: sinalização de mudança oito meses antes.
• Ciclo 2003-2004: antecipação de quase um ano.

Segundo ele, esse padrão histórico reforça a importância de ações proativas. “Este é o momento para estruturar investimentos, aproveitar condições favoráveis de crédito e planejar reestruturações financeiras que preparem as empresas para um futuro mais promissor”, afirma.

O atual patamar elevado dos juros futuros não reflete apenas a demanda por recursos do governo, mas também a percepção de risco e credibilidade do mercado. “Estamos no ponto mais alto do custo do dinheiro. As melhores decisões não são tomadas quando a curva já virou, mas antes disso, quando o mercado ainda subestima o potencial de transformação”, analisa Cordaro.

Empresas que ajustam suas estratégias antes do ponto de inflexão ganham uma vantagem competitiva significativa. “A virada de um ciclo econômico traz tanto oportunidades quanto riscos. Estar preparado para capturar valor nesse momento de transição pode ser o diferencial entre liderar ou apenas acompanhar as mudanças”, conclui.

Entenda o pacote fiscal do Governo Federal

Como o Jornal Giro noticiou, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou medidas para economizar R$ 70 bilhões em gastos públicos nos próximos dois anos. Entre as medidas está a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. A medida deve custar R$ 45,8 bilhões por ano aos cofres públicos e isentar 36 milhões de contribuintes, segundo especialistas. O número representa 78,2% dos 46 milhões de contribuintes do país.

O mercado não recebeu bem o anúncio, e o dólar atingiu seu maior valor nominal (descontada a inflação) do período do real como moeda. Leia matéria completa acessando aqui.

“A expectativa era de que seria feito um anúncio de corte de gastos. Porém, no último momento, foi anunciado um pacote de aumento de gastos. No meu ponto de vista, o Governo Federal não demonstrou responsabilidade fiscal”, afirma Fabiano Cordaro.

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um pronunciamento em rede nacional (Reprodução/Redes Sociais)

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