Nem a pandemia da covid-19 conseguiu frear o crescimento econômico das cidades de Barueri e Osasco. Em um ano marcado por crise e desemprego, Barueri foi na contramão e conseguiu atrair 6.243 novas empresas desde março de 2020. No período, a estimativa da administração municipal é de que esses novos negócios geraram cerca de 2.800 vagas formais de emprego, além de contribuir com o aumento da receita municipal.
A maior parte dos novos negócios são formados por microempresas, mas 228 são consideradas de grande porte. Entre elas está uma das unidades da rede de Supermercados São Vicente, com sede na cidade de Americana, no interior de São Paulo. A loja em Barueri, com 15.000 metros quadrados de área construída, localizada na Vila Boa Vista, gerou 200 empregos diretos e deve começar a funcionar em julho.
Política de atração de empresas
Em Barueri, a Prefeitura implementou uma série de medidas que dão suporte às empresas e aos trabalhadores contratados. Entre elas estão a adoção de alíquota de ISS (Imposto sobre Serviços) de 2%; IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) menor da região, qualificação de mão de obra por meio de ensino técnico ministrado por instituições no município como FIEB (Fundação Instituto de Educação de Barueri), Fatec (Faculdade de Tecnologia), ETEC (Escola Técnica Estadual) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
“Queridinha das empresas de tecnologia”
Em recente reportagem publicada no jornal “Folha de S. Paulo”, Osasco foi apontada como a cidade “queridinha das empresas de tecnologia” e que agora quer se tornar uma espécie do Vale do Silício paulista, em referência ao polo de tecnologia na Califórnia (EUA). Mercado Livre, Dafiti, iFood e Rappi são algumas das empresas que se mudaram para a cidade nos últimos cinco anos.
Uma das explicações para o movimento é a redução da taxa de ISS (imposto municipal) de 3% para 2% em 2018. Em março deste ano, Osasco voltou a registrar saldo positivo de 2.174 empregos gerados de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Entre os meses de maio e a primeira quinzena de junho, o prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), tem anunciado a chegada de novas empresas ao município. Entre os anúncios revelados por Lins, há um novo centro de distribuição da Magazine Luiza; a mudança da sede da Uber de São Paulo para a Vila Yara; a chegada da startup de supermercado Shopper, que pretende dobrar o número de funcionários ainda este ano. E não para por aí. A gigante do setor de turismo Agaxtur também terá sua sede na cidade.
O último anúncio do prefeito, revelado no dia 10 de junho, era sobre a vinda de parque tecnológico e de inovação na região central de Osasco. “Estamos nos firmando como uma referência para o setor de tecnologia, que gera muitos empregos para nossa população”, disse Lins em suas redes sociais.
Mais de 5.000 mil empregos formais foram gerados em abril na região, aponta Caged
Das 11 cidades que fazem parte do consórcio Cioeste, sete tiveram aumento na geração de empregos. Pirapora do Bom Jesus, Osasco e Itapevi apresentaram os melhores índices
No fim de maio, foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao mês de abril deste ano. As informações apontam que o Brasil criou 120.935 postos de trabalho nos trinta dias do mês. O Giro S/A apurou que, nas 11 cidades da região oeste da Grande São Paulo que fazem parte do consórcio Cioeste, no período, aos menos 5.210 novas vagas de emprego formal foram criadas.
Nesses municípios, foram admitidas 31.140 pessoas e demitidas 25.930 no período, o que resulta no saldo positivo de 5.210 postos de trabalho. Entre os municípios com maior variação relativa de vagas, que é a relação entre empregos criados e encerrados, Pirapora do Bom Jesus teve saldo de 3,04%, Osasco 1,76% e Itapevi 1,38%.
Os dois principais polos de emprego da região, Osasco e Barueri, criaram juntos 4.108 postos de trabalho formal.
Cotia, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista também tiveram saldo positivo na criação de empregos formais. Cotia teve saldo positivo de 665 empregos. Já em Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista o saldo positivo foi um pouco mais tímido, com 105 e 117 vagas geradas, respectivamente.
Resultados negativos
Por outro lado, quatro municípios tiveram mais desligamentos do que contratações e encerraram o período no vermelho, são eles: Araçariguama, Cajamar, Carapicuíba e Jandira.
No caso de Carapicuíba, segunda cidade mais populosa na região, com 403.183 habitantes, foram contratados 867 trabalhadores e 1.033 foram demitidos no período, o que representa um saldo negativo de 166 vagas.
Importante polo logístico da região metropolitana, com centros de distribuição de empresas como Mercado Livre e Amazon, Cajamar também registrou mais demissões do que empregos gerados. Foram admitidas 1.885 pessoas, enquanto 1.964 perderam o emprego no mesmo período, ou seja, um saldo negativo de 79 vagas.
Em Jandira, o saldo negativo é de 43 postos de trabalho. Araçariguama registrou 248 contratações e 250 demissões, o que representa um saldo negativo de duas vagas.
Continental encerrará as operações em Santana de Parnaíba; mais de 200 serão demitidos
Multinacional alemã do setor tecnológico e automotivo, a Continental Contitech anunciou que vai deixar o município de Santana de Parnaíba entre o fim deste ano e começo de 2022. A companhia, que possui polo industrial em Cururuquara, comunicou aos empregados sobre a mudança e, consequente, o desligamento dos mais de 200 funcionários que atuam no local.
Em nota, a empresa afirmou que a transferência das atividades fabris de Santana de Parnaíba para outros polos industriais, localizados em Ponta Grossa (PR) e Macaé (RJ), faz parte de uma decisão estratégica. Ainda segundo a Continental, Santana de Parnaíba é uma localidade que se mostrou pouco atrativa para instalação e permanência de empresas, aquém das outras cidades. Santana de Parnaíba acumula alta no desemprego. No primeiro quadrimestre de 2021, cerca de 7.192 pessoas foram desligadas no município, de acordo com dados do Caged.