Instituto de Criminalística afirma que peritos encontraram pedaços de parafusos rompidos, com sinais de oxidação, e indícios de infiltração no concreto da laje. Shopping segue fechado desde 8 de março
Na noite desta terça-feira (25), o Instituto de Criminalística de São Paulo divulgou o resultado do laudo do desabamento de parte do teto do Osasco Plaza Shopping, centro de compras localizado na região central de Osasco, fechado desde o último dia 8 de março, data do acidente.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), o Instituto de Criminalística é subordinado à Superintendência da Polícia Técnico Científica e atua para auxiliar a Justiça, fornecendo provas técnicas acerca de locais, materiais, objetos, instrumentos e pessoas, para a instrução de processos criminais. Peritos estiveram no local e, no laudo divulgado pelo portal “G1”, consta que o acidente foi causado “pelo rompimento de parafusos, por sobrecarga e oxidação da estrutura”.
No documento, foi constatado que antes da existência do estacionamento na laje, havia uma abertura – espécie de claraboia. Após passar por reforma, ela foi fechada com laje e capeamento asfáltico, constituindo a estrutura mista com vigas metálicas e lajes pré-moldadas.
Estas vigas metálicas possuíam chapas soldadas em suas extremidades, fixadas na estrutura já existente, com dois pares de parafusos em cada extremidade, totalizando oito parafusos. O técnico averiguou que o colapso de seis vigas no local do desabamento, aconteceu em virtude do rompimento dos parafusos.
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Também foram encontrados pedaços de parafusos rompidos, com sinais de oxidação, e indícios de infiltração no concreto da laje. O incidente ocorreu na tarde do dia 8 de março, quando, ao menos cinco carros que estavam no estacionamento do centro de compras desabou, derrubando os veículos. Ninguém ficou ferido.

O empreendimento foi interditado por tempo indeterminado pela Prefeitura de Osasco, que também cassou o alvará de funcionamento do shopping. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu inquérito civil para apurar “eventuais irregularidades” e os “possíveis responsáveis” pelo desabamento.
Fora de operação
Para entender a dimensão do fechamento de um empreendimento do porte do Osasco Plaza, uma semana após o incidente, com exclusividade, a reportagem do GIRO abordou a questão. Com 250 lojas fora de operação de domingo a domingo, o shopping tem deixado de receber, em média, 80.000 visitantes/dia, afetando diretamente 1.500 empregos.
Inaugurado em abril de 1995, o Osasco Plaza possui dois pisos de lojas e dois pisos de estacionamento com 1.200 vagas. Entre as 250 lojas, há presença de marcas âncoras como Casas Bahia, Marisa, Lojas Americanas e Riachuelo. Com 130 funcionários do próprio shopping, as lojas presentes no estabelecimento geram a contratação de mais de 1.500 funcionários.
Segundo o portal de notícias “InfoMoney”, o complexo comercial faz parte do portfólio do FII BTG Pactual Shoppings (BPML11). O fundo é dono de cerca de 40% do espaço e conta com outros seis centros de compras localizados em quatro estados. Juntos, os espaços somam patrimônio líquido de R$ 534 milhões.
À reportagem do GIRO, a administração do complexo afirmou no último dia 12 de abril, que “contratou empresa gerenciadora para as obras de reparo e, tão logo obtenha as autorizações, iniciará a reconstrução do espaço“.
Até o fechamento da reportagem, a administração do Osasco Plaza Shopping não havia se manifestado, por meio de suas redes sociais, para falar sobre o laudo.
*com informações do portal de notícias G1.