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Inadimplência: famílias sem condições de pagar dívidas diminuem 19%

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Setor de Serviços se destaca (Marcello Casal/Agência Brasil)

O dado é da Pesquisa do Endividamento e Inadimplência do Consumidor da FecomercioSP. Porém, o número de lares endividados voltou a subir

O número de famílias inadimplentes caiu novamente em fevereiro de 2025, retornando ao patamar de setembro de 2024 (19%), segundo a Pesquisa do Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Mas, o que levou a este patamar?

De acordo com a entidade, dois fatores levaram a este resultado sobre a inadimplência dos lares paulistanos: o mercado de trabalho em alta uma massa de renda historicamente alta, de R$ 40,6 bilhões no último trimestre de 2024, na capital paulista, o maior volume da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). — fizeram com que o volume de famílias inadimplentes em São Paulo caísse novamente em fevereiro, voltando ao patamar de setembro de 2024 (19%), como mostra a Pesquisa do Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A pesquisa está abaixo da casa dos 20% desde agosto de 2024 [veja no gráfico 1], após ficar mais de dois anos acima desse patamar. Na comparação anual, em números absolutos, foram 108 mil lares que saíram dessa situação em fevereiro de 2025.

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Inadimplência: mais lares conseguem pagar suas dívidas

A pesquisa sobre inadimplência mostra ainda que caiu também o número de famílias sem condições de pagar suas contas atrasadas [gráfico 2]: de 8,7% em janeiro para 8,3%, o melhor desempenho desde setembro.

Outros aspectos que compõem o fenômeno do endividamento e da inadimplência retraíram em fevereiro. Um deles, é o tempo médio de atraso nas dívidas, que hoje está em 63,1 dias. No mesmo mês do ano passado, esse número era 66,2 dias. Isto significa que o juro rolado com a despesa não quitada tende a ser menor, o que favorece um retorno mais rápido da família ao ambiente de consumo.

O tempo comprometido com dívidas não atrasadas – financiamentos, por exemplo – também retraiu, ficando em 7,6 meses. Mais da metade (56%) das contas dos paulistanos não passa do médio prazo. Este contexto se explica, em sua totalidade, porque o grosso das dívidas na cidade é feito com cartão de crédito. Na pesquisa, 82% das famílias endividadas citam a fatura como a despesa a ser paga no horizonte próximo. Os dados do Banco Central apontam que o sistema de crédito continua em vigoroso crescimento, tanto na modalidade à vista quanto na parcelada. Ressalte-se que essa taxa é uma retração em relação à média de 2024, que foi de 85%, segundo os dados da FecomercioSP.

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Famílias endividadas: mais de 67%

Porém, na contramão deste cenário sobre endividamento e inadimplência, o número de lares endividados voltou a subir [gráfico 3]. Em fevereiro de 2025, 67,7% das famílias estavam nesta condição. O mês de janeiro apontou 67,2%. Entretanto, na comparação anual, houve queda de 0,4 pontos porcentuais (p.p.) nesse número, que chegou a 71,7% na metade do ano passado. Em números absolutos, são 2,77 milhões de casas endividadas na cidade de São Paulo. Para a Fecomercio-SP, o fenômeno pode ser também efeito do mercado de trabalho aquecido e da massa de renda, que faz com que mais pessoas façam compras de médio prazo.

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Tão importante quanto é que o montante da renda comprometida com dívidas segue em baixa histórica. Em fevereiro, 29,3% dos rendimentos dos lares, na cidade de São Paulo, estavam direcionados para pagar contas desse tipo. Ou seja, mais de dois terços da renda permanece livre para outros tipos de gastos dentro do orçamento doméstico.

Tempo do atraso da dívida entre famílias com contas atrasadas
Fevereiro de 2025

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Fonte: FecomercioSP

Tempo de comprometimento com uma dívida entre famílias endividadas
Fevereiro de 2025

Inadimplência: famílias sem condições de pagar dívidas diminuem 19%

Fonte: FecomercioSP

Menos pessoas buscando dinheiro

Na pesquisa sobre inadimplência, a FecomercioSP perguntou aos entrevistados sobre a intenção de obter empréstimos nos próximos meses. Do total, 17% disseram que pretendiam obter dinheiro emprestado a médio prazo. Em janeiro, este número era de 18,1%. Além disso, 89,3% justificam a demanda por recursos para realizar compras.

Em relação à modalidade de pagamento, 26,3% dos paulistanos citaram que o Pix é a “mais vantajosa” para quitar contas. Não é apenas facilidade, indica a federação, mas o fato de as famílias terem dinheiro disponível para arcar com o consumo.

Essa percepção reforça a análise da Federação de que a renda familiar está em elevação por causa do mercado de trabalho — que, mais do que isso, tem funcionado como um escudo contra a inflação. No passado recente, quando os preços subiam, as famílias corriam para o cartão de crédito para manter os gastos cotidianos. Agora, parece estar acontecendo uma realocação de recursos, em que, em um contexto inflacionado, as pessoas tiram dinheiro de áreas como o lazer para manter o consumo essencial.

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