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Golpe do Pix errado: como funciona e como evitar ser uma vítima

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Segundo o BC, o Pix bateu recorde de transações no dia 5 de julho, quando foram realizadas 224 milhões de transferências (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Criminosos alegam transferência por engano e pedem devolução. melhoria no Mecanismo Especial de Devolução pode melhorar fraudes com Pix

Você costuma utilizar muito o Pix em suas compras e transferências de dinheiro? Caso sim, fique atento. Os relatos de golpes relativos a esta modalidade bancária aumentaram no Brasil. Um deles, que viralizou recentemente nas redes sociais, é o golpe do Pix errado. As informações são da Agência Brasil.

De acordo com o Banco Central (BC), o Pix bateu recorde de transações no dia 5 de julho, quando foram realizadas 224 milhões de transferências entre contas bancárias.

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Pix: o golpe

O primeiro passo dado pelos fraudadores é fazer uma transferência para a conta da potencial vítima. Como parte das chaves Pix é um número de telefone celular, não é difícil para o golpista conseguir um número telefônico e realizar a transação.

Em seguida, o fraudador entra em contato com a pessoa pelo número de telefone, por ligação ou mensagem de WhatsApp, por exemplo. O criminoso, então, tenta convencer a vítima de que fez a transferência por engano e usa técnicas de persuasão para que o suposto beneficiado devolva o dinheiro. Na tentativa de convencer a vítima, o golpista pede a devolução em uma conta distinta da que fez a transferência inicial.

Claro, que a primeira forma de descobrir se o contato suspeito trata-se de um golpe é checar se o dinheiro realmente foi depositado na conta da vítima. Basta conferir o extrato bancário. O fator que leva a pessoa ao erro é que realmente o dinheiro está na conta.

A partir do momento em que a vítima se convence e decide fazer um Pix para a conta indicada como forma de devolver o dinheiro, ela caiu no golpe.

Estorno 

O golpista se utiliza de um mecanismo criado justamente para coibir golpes: Mecanismo Especial de Devolução (Med). Exclusivo do Pix, ele foi criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades da vítima reaver os recursos. Os criminosos acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima.

A transação alegada é analisada. No entanto, quando os bancos envolvidos nas transferências percebem que a vítima verdadeira recebeu o valor e logo em seguida transferiu para uma terceira conta, entendem essa triangulação como típica de um golpe.

Em seguida, é feita a retirada forçada do dinheiro do saldo da pessoa que caiu no golpe. Desta forma, o fraudador, que já tinha recebido o dinheiro de volta de forma voluntária, consegue mais uma devolução. E, claro, em prejuízo da vítima.

Ao constar que caiu em um golpe, a pessoa pode também acionar o mecanismo de devolução. No entanto, a conta que recebeu o dinheiro transferido por “boa fé” pode já estar zerada, sem saldo para restituir o prejuízo.

Botão de devolução

Mas, qual o procedimento ao receber um Pix por engano? O Banco Central explica que “não há normas do BC ou do CMN [Conselho Monetário Nacional] sobre devoluções em caso de engano ou erro do pagador, mas o Código Penal, de 1940, trata sobre a apropriação indébita”. O BC orienta que “basta acessar a transação que você quer devolver no aplicativo do seu banco e efetuar a devolução”.

A ferramenta Pix tem a opção “devolver”, ou seja, é diferente de fazer outra transferência. É um procedimento que, acionado pelo cliente do banco, estorna o valor recebido para a conta que realmente originou o Pix inicial.

Esse procedimento desconfigura uma tentativa de fraude e não seria considerado irregular, caso o golpista acione o mecanismo de devolução.

Med 2.0: rastreio e bloqueio mais eficientes

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sugeriu ao Banco Central uma melhoria no Mecanismo Especial de Devolução. Hoje, ele consegue bloquear dinheiro fruto de fraude apenas na conta que recebeu o recurso, chamada de primeira camada, e que pode ser zerada pelos golpistas. Com o Med 2.0, o rastreio e bloqueio passarão a mais camadas.

“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes e crimes em várias contas de forma muito rápida e, por isso, é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, destacou Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.

Segundo a Febraban, o desenvolvimento do MED 2.0 ocorrerá no decorrer de 2024 e 2025, com a implantação prevista para 2026.

Com informações de Agência Brasil.

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