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Sofreu golpe do Pix? Pedidos de reembolso aumentaram 98%

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Quase 5 milhões de brasileiros tentaram recuperar seus valores por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED) (Divulgação/Freepik)

Apenas 31% desses pedidos foram aprovados e resultaram na devolução dos valores. Confira como solicitar seu dinheiro de volta em golpes Pix

Um levantamento do Banco Central apontou que pedidos de reembolso por golpes do Pix, utilizando o MED (Mecanismo de Devolução Especial), tiveram crescimento de 98% em 2024. As solicitações somaram o montante de R$ 10,2 bilhões.

Quase 5 milhões de brasileiros tentaram recuperar seus valores por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED). No entanto, apenas 31% desses pedidos foram aprovados e resultaram na devolução dos valores. Mas, especialistas alertam: sem provas robustas, as chances de reembolso são baixas e devem ser solicitadas em até 80 dias após o crime com Pix.

Segundo Ticiana Amorim, fundadora e CEO da Aarin Techfin, empresa especializada em embedded finance*, o índice de reembolsos aprovados é baixo porque o MED exige comprovação robusta da fraude. “Muitas solicitações são negadas por falta de evidências suficientes. Além disso, se o valor já tiver sido sacado ou transferido para outras contas, as chances de recuperação diminuem consideravelmente”, explica a especialista.

Por outro lado, a especialista afirma que a verificação dos pedidos é importante para proteger os empresários de falsos pedidos de devolução. Para ampliar a acessibilidade ao recurso, a autarquia determinou que, a partir de 1º de agosto de 2025, os aplicativos dos bancos deverão incluir um canal direto para registro de queixas relacionadas ao Pix.

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(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Como tentar reaver o dinheiro

Caso tenha sido vítima de um golpe, o primeiro passo, segundo o Banco Central, é entrar em contato com seu banco para relatar o caso e solicitar a devolução dos valores transferidos para o suposto golpista. Em paralelo, é recomendável registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.).

Com base no relato:

  • O banco da vítima registra, imediatamente, a notificação de infração e instaura o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix;
  • O banco do suposto golpista bloqueia os valores;
  • As duas instituições avaliam o caso em até 7 dias corridos e verificam se há indícios de fraude ou golpe; e
  • Comprovada a fraude, o banco do suposto golpista devolve os recursos para a vítima em até 96 horas, a contar do término da avaliação.

Caso a situação não seja resolvida, a vítima pode:

  • Procurar o Procon de seu estado ou o Poder Judiciário; ou 
  • Registrar uma reclamação no BC: o banco para onde os recursos foram transferidos será notificado e fará o monitoramento da conta a fim de identificar transações suspeitas.

A devolução de valores, via MED, não pode ser acionada em casos de desacordo comercial. Por exemplo, quando o vendedor de boa-fé envia o produto errado. Esse tipo de situação não é considerado como “suspeita de fraude”, diferentemente dos casos em que o produto não é enviado.

Fique atento!

Caso alguém entre em contato com você, falando que fez um Pix por engano na sua conta, mostrando um comprovante de pagamento – inclusive se for verdadeiro, mas podendo também ser falso – e pedindo a devolução, verifique primeiro seu extrato bancário.

Caso exista de fato um depósito Pix feito na sua conta, utilize a funcionalidade de devolução do Pix. O dinheiro retornará à mesma conta do pagador. Não aceite sugestões do suposto pagador para devolver o dinheiro numa conta diferente da que fez o depósito. Isso pode ser um golpe, pois ele tentará utilizar o MED para conseguir dinheiro dobrado: o seu e o devolvido pelo banco.

Pix: melhoria no sistema

O Banco Central está trabalhando no desenvolvimento e na implementação de uma versão mais eficaz do sistema para 2026, o MED 2.0, que permitirá rastrear valores desviados por fraudes em múltiplas contas, ampliando a eficácia da recuperação de dinheiro perdido. Atualmente, o bloqueio é feito apenas na primeira conta que recebe o valor fraudulento, limitando as chances de estorno.

Para Taciana, as mudanças reforçam a segurança do sistema de pagamentos instantâneos, que se consolidou como um dos mais utilizados no País. “Com o chamado MED 2.0, a expectativa é de avanço no rastreio do dinheiro em mais camadas. Isso significa que, se o valor for pulverizado em diversas contas, será possível monitorar e bloquear esses repasses, aumentando as chances de devolução aos usuários prejudicados”, ressalta.

*Embedded finance – Em vez de depender de bancos e instituições financeiras tradicionais, as finanças incorporadas possibilitam que transações financeiras sejam feitas de forma integrada nos aplicativos, sites e outros serviços que já fazem parte da rotina.

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