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Construção civil: práticas sustentáveis envolvem projetos da região oeste

Construtoras chegam a receber reconhecimento e certificações (Divulgação/Freepik)

Algumas construtoras têm adotado, cada vez mais, práticas ambientalmente responsáveis em seus empreendimentos da construção civil

O setor da construção civil é responsável pela emissão dos chamados “resíduos cinza”, que registraram um aumento de 35% na última década, chegando a 213,5 kg por habitante em 2019. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), foram geradas, neste ano, 44,5 milhões de toneladas de Resíduos de Construção e Demolição.

Na contramão desse cenário, algumas construtoras têm adotado, cada vez mais, práticas ambientalmente responsáveis em seus empreendimentos, chegando a receber reconhecimento e certificações como a EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies) que, com base na análise de dados e tecnologia inteligente, comprova a boa gestão de energia, água e materiais em suas entregas.

Canteiros sustentáveis na construção civil

A MPD Engenharia, com sede em Barueri, é uma delas. “Além dos canteiros sustentáveis de obras, as ações se estendem às especificações dos projetos de incorporação. As construções verdes visam garantir o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, impactos socioambientais e uso de recursos naturais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar das gerações presentes e futuras”, afirma Januário Soares Dolores, vice-presidente de Operações da empresa.

O Myrá, residencial de luxo da MPD Engenharia no bairro de Alphaville, em Barueri, recebeu o Certificado GBC Condomínio (Green Building Council), que certifica condomínios que atendem a rígidos critérios de práticas sustentáveis, ambientais e energéticas. O empreendimento reduziu 20,67% do consumo de energia em comparação a um prédio que já segue a norma PBE Edific, que determina o nível de eficiência energética de um edifício. No quesito ambiental, o Myrá desviou 91,12% dos resíduos gerados de aterros sanitários e 50% de toda madeira instalada foi certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council).

Já o Verve Pinheiros previu em seu projeto uma economia de 21% de energia e 32% de água, além de uma redução de 46% no que se refere à energia incorporada nos materiais.

A construtora aplica práticas tanto durante a fase de construção como para a operação dos empreendimentos. “Muitas vezes, uma construção sustentável traz resultados que impactam diretamente o morador, como economia financeira decorrente do uso mais eficiente de água e energia. É possível também identificar resultados de conforto, bem-estar e saúde com a implementação de um paisagismo adaptado ao clima local ou uma arquitetura que valorize a utilização de recursos naturais, como ventilação e iluminação”, destaca Caroline Machado de Abreu, gerente de Inovação, Qualidade e Meio Ambiente da MPD Engenharia.

Para alcançar uma maior eficiência energética nos empreendimentos, foram adotadas iluminações de LED para áreas comuns e sistemas de aquecimento solar de água. Também são utilizados arejadores (redutores de vazão) nos metais sanitários das áreas comuns, unidades residenciais, comerciais e corporativas. Além disso, o reuso pluvial para a irrigação dos jardins com sistema automático contribui para essa economia. Os empreendimentos possuem uma central de recepção de lixo com espaço para o armazenamento de recicláveis provenientes da coleta seletiva.

Há três anos, a empresa instaurou um comitê específico para questões relacionadas ao ESG. A partir disso, a metodologia BIM (do inglês Building Information Modeling) foi adotada para otimizar o processo de construção, permitindo uma maior eficiência energética, a redução de resíduos e um melhor planejamento de recursos. A construtora, por exemplo, adquire blocos de concreto de empresas que já são responsáveis pelo recolhimento dos resíduos (logística reversa).

Grandes áreas verdes e plantio de árvores

Outra construtora preocupada com a sustentabilidade é a Ekko Group, com forte atuação em regiões nobres das cidades de Osasco, Cotia (Granja Viana), Santana de Parnaíba (Alphaville) e São Paulo. De olho na economia de energia, redução de resíduos e utilização de fontes renováveis, seus empreendimentos são desenvolvidos com tecnologias avançadas e planejamento estratégico.

O empreendimento Reserva Golf, no bairro Vila São Francisco, em Osasco, preserva cerca de 85% da área verde de 336 mil m² dentro do campo de golfe do Golf Club São Francisco. O projeto conta também com dois piscinões e um lago artificial, para evitar as recorrentes enchentes na região.

A incorporadora possui o programa de sustentabilidade Ekkológico, que inclui a adoção de diversas praças do município que estão sendo revitalizadas e recebendo nova vegetação. Além disso, a Ekko Group está realizando o plantio de 20 mil árvores de diversas espécies, entre elas, Ipês amarelos, roxos e rosa, e Quaresmeiras, além de Araucárias adultas, cada uma com altura de quatro a sete metros.

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