Construtoras atentas à sustentabilidade buscam agregar o máximo possível de técnicas, ferramentas e materiais que impactem minimamente o meio ambiente
O mercado imobiliário de Alphaville está em um momento de forte crescimento. De acordo com dados da Secovi, publicados em seu último anuário em 2023, a localidade está entre os municípios (Barueri e Santana de Parnaíba) com a maior taxa de crescimento domiciliar, acompanhando a migração natural de pessoas que buscam fugir da agitação de São Paulo, sem renunciar à proximidade com a capital. E mesmo com todo esse crescimento, há ainda muito espaço para novos empreendimentos, principalmente de construtoras que levam a sustentabilidade a sério.

Para Milton Meyer, presidente da construtora e incorporadora MPD Engenharia, há ainda um amplo potencial em Alphaville, o bairro é um lugar de acolhimento, de bem-estar e prosperidade para todos que escolhem a região para construir suas vidas. Muitas pessoas chegam em Alphaville em busca de um ambiente tranquilo, com áreas verdes e menos trânsito em comparação com o centro da cidade; proximidade com São Paulo, para quem trabalha ou precisa estar regularmente presente na capital; e estilo de vida menos corrido, o que atrai muitas famílias e pessoas que buscam um estilo de vida mais equilibrado em meio á natureza, dada as condições ainda presentes no bairro de inúmeras áreas verdes. “Acredito que o potencial é enorme e para um público diverso, com possibilidade de projetos de níveis distintos, preservando as características que atraem tantas pessoas”, acrescenta.
Meyer explica que os projetos da MPD buscam impactar minimamente o meio ambiente, reduzindo o consumo de energia e otimizando a utilização de recursos naturais nos empreendimentos. “Apresentamos soluções sustentáveis, como iluminação em LED nas áreas comuns, instalação de placas solares, reservatórios para reuso de água pluvial e gestão de resíduos nas obras. Além disso, a construtora também utiliza a tecnologia do BIM (Modelagem de Informação da Construção) para calcular com maior facilidade o uso dos materiais, auxiliando no planejamento de obras conscientes, evitando desperdícios e retrabalhos.” explica.
A MPD incorporou sempre teve preocupação com o meio ambiente e hoje tem a sustentabilidade como guia. “Atualmente, já desenvolvemos garagens com previsão para pontos de carregamento para carros elétricos, por exemplo. Tudo pensando em nossos clientes e como melhorar a qualidade dos nossos produtos associados a inovações. Os jardins dos empreendimentos contam com um sistema de irrigação automático, e as bacias sanitárias contam com acionamento duplo, promovendo a otimização e consumo de dispositivos que amplificam a consciência com a preservação dos bens naturais hoje escassos”, declara.
Com relação a ferramentas e tecnologias, Meyer diz que elas são escolhidas, visando um melhor aproveitamento de recursos e enfatizando a preocupação da empresa com a sustentabilidade, sempre atrelada à inovação. “Usamos a Inteligência Artificial para aprimorar a eficiência operacional na construção civil. Assim podemos otimizar processos, reduzir custos e melhorar a produtividade em todas as fases de um projeto. Outro destaque é a industrialização, que consiste na aplicação de técnicas e processos industriais na produção de materiais, além da execução da obra como um todo. Por meio dela, podemos aumentar a eficiência e qualidade do trabalho, enquanto reduzimos custos e prazos. Isso inclui a pré-fabricação de elementos estruturais em ambientes controlados, como fábricas, e o uso de tecnologias como o concreto pré-moldado e o Steel Frame”, ressalta o empresário.
Preocupação com as mudanças climáticas e queimadas
Assim como em outras regiões urbanas e periurbanas, o problema das queimadas é bastante sério, especialmente durante os meses de seca. As regiões de Barueri e Santana de Parnaíba não escapam às mudanças climáticas, sendo assim essas cidades também são bastante impactadas e seus moradores têm sofrido com a qualidade do ar em decorrência da fumaça tóxica, que aumenta os riscos à saúde, impactam a fauna e a flora local e podem comprometer a segurança.
O presidente da MPD diz que um dos melhores caminhos para minimizar ou até evitar situações como essa é a educação e a conscientização, que podem ajudar a prevenir ações irresponsáveis. “O incentivo de práticas como a compostagem de lixo orgânico e a criação de áreas permeáveis pode ajudar a reduzir a necessidade de queimadas para descarte de resíduos e a reter mais umidade no solo, diminuindo a probabilidade de incêndios.”

A arquiteta e paisagista, moradora de Alphaville, Mari Polesi, acredita que as queimadas que estamos vendo acontecer na região e em todo o país podem ter origem em ações criminosas, com as consequências agravadas pela seca. Desta forma, ela diz que é preciso primeiramente cobrar das autoridades o aumento da fiscalização e a punição aos infratores. “Individualmente o que nos resta é cuidar do nosso ‘’quintal”, plantar mais árvores nativas, despermeabilizar o solo onde for possível. Temos que nos unir na busca da coexistência harmoniosa do homem e da natureza, o desenvolvimento sustentável coletivo e a prosperidade da humanidade e investir na construção habitacional com sustentabilidade e circularidade como elementos-chave”, sugere.
Mari, que recentemente visitou a Suíça, cita o país para dizer que todas as catástrofes provocadas por mãos humanas ainda podem ser revertidas, mesmo correndo contra o relógio das mudanças climáticas. “Aquele país parece um sonho de paisagem natural, mas nem sempre foi assim, pois também teve um momento onde a atividade humana, como desmatamento para agricultura, construção e uso de madeira como combustível, foi muito intensa. Durante a Idade Média até o século XIX, grandes áreas foram desmatadas, o que resultou na degradação do solo, erosão e deslizamentos de terra. A partir dessa situação, a Suíça reconheceu a importância das suas florestas, não só para a biodiversidade mas também para a preservação de desastres naturais, como avalanches e inundações. Isso levou a um grande esforço de reflorestamento e a criação de leis rigorosas de conservação. Ou seja, tudo isso para dizer que não precisamos chegar às últimas consequências para começarmos a agir. Não vamos esperar o último terreno de Alphaville ser vendido, para somente aí pensar no que fazer. Seria melhor investimos agora em construções sustentáveis com muita área verde de vegetação nativa, porque luxo mesmo é ter ar puro, terreno permeável e águas limpas”, finaliza.
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