Dificuldade de acesso à assistência e obstáculos para a realização de exames laboratoriais, cirurgias e internações foram as principais queixas apontadas em uma pesquisa da Associação Paulista de Medicina, por intermédio do Datafolha.
O estudo foi realizado entre abril e julho de 2018 a fim de conhecer melhor os problemas enfrentados por pacientes e médicos na relação com os planos de saúde e no SUS.
Dados do IBGE indicam que hoje a população adulta do Estado é de 34,5 milhões. Os usuários de planos de saúde são aproximadamente 40% deste universo, ou seja, 13,7 milhões. A pesquisa ouviu aqueles que utilizaram a rede suplementar nos últimos 24 meses: 11,2 milhões de pacientes. O índice de usuários com algum problema na utilização dos serviços teve salto de 25%, passando de 77%, em 2012, para 96% atualmente. Isso significa que as dificuldades com planos de saúde praticamente são universais, pois beiram os 100%.
Outro dado: 10,8 milhões de pessoas, entre 11,2 milhões dos que utilizaram a rede suplementar nos últimos 24 meses, tiveram problemas.
De 2012 a 2018, também ficou mais difícil liberar uma guia com planos de saúde, o que pode ser indicativo da criação de barreiras. Neste quesito, as dificuldades eram relatadas por 59% há seis anos e, atualmente, por 71%.
Por falta de opções/dificuldades para atendimento nos planos de saúde, os usuários, mesmo pagando altas mensalidades, vêm sendo empurrados para o SUS ou para o atendimento particular.
Há seis anos, 15% se viam obrigados a buscar tratamento na rede pública. Hoje, são 19%. Já aqueles que tiveram de recorrer a serviços particulares aumentaram eram 9% em 2012 e agora são 19%.
