Vereadora Elsa Oliveira é a autora da moção de repúdio a violência de gênero na política praticada contra as mulheres (Ricardo Migliorini/CMO)
A violência de gênero praticada contra mulheres que ocupam cargos eletivos ou que são candidatas foi um dos temas debatidos na sessão de terça-feira (14), na Câmara de Osasco. O tema veio à tona durante a discussão da Moção de Repúdio, proposta pela veadora Elsa Oliveira (Podemos), sobre a violência sofrida pela vereadora da cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, Luirce Paz (Podemos). A parlamentar gaúcha recebeu um vídeo obsceno, após ter disponibilizado o seu contato de WhatsApp aos munícipes que frequentavam uma unidade de saúde.
A vereadora Elsa Oliveira prestou solidariedade a colega gaúcha e relatou outros casos envolvendo agentes políticos do sexo feminino, como as deputadas estaduais Mônica Seixas (PSOL) e Isa Penna (PCdoB), que recentemente foram assediadas e desrespeitadas por colegas. Elsa Oliveira lembrou que existe legislação específica que pune esse tipo de assédio, com pena de um a quatro anos de prisão ou multa. “Vamos fazer valer essa legislação. Chega de mulher ser destratada e desrespeitada. Ninguém vai calar a nossa voz”, desabafou.
A vereadora Juliana da Ativoz (PSOL) lamentou que o machismo esteja presente em toda a sociedade. “O machismo está aí para isso mesmo; não quer que as mulheres ocupem espaços e poder. Por isso temos que ser fortes e mais combativas”, declarou.
Juliana é autora de um Projeto de Lei que institui, no Calendário Oficial de Osasco, o “Dia Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política contra Mulheres Negras, LGBTQIA+ e periféricas”. A matéria está em tramitação na Câmara.
Já a vereadora Ana Paula Rossi (PL) também externou indignação aos atos de violência de gênero, praticados contra agentes políticos. “Os discursos são bonitos em defesa das mulheres, mas eu ficaria feliz se visse isso na prática”, justificou.
Ana Paula relatou situações da qual ela própria foi vítima de violência de gênero. “Fiz um projeto para apresentar Título de Cidadão Osasquense ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e fui chamada de genocida, de fascista; me mandaram voltar para casa para lavar louça e roupa. Fui cerceada e outras vereadoras foram cerceadas em suas falas”, finalizou.