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Dengue: vacinou seu filho contra a doença? Estado de SP tem 56 óbitos em 2025

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O Brasil foi o primeiro do mundo a oferecer a vacina na rede pública (Rovena Rosa/Agência Brasil)

A vacina contra a dengue no SUS completou um ano em fevereiro de 2025. Porém, a procura pelo imunizante está bem abaixo do esperado

De acordo com o Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual da Saúde, este ano, o Estado registrou 56 óbitos por dengue até o dia 10 de fevereiro. Além disso, 204 mortes seguem em investigação. Como o Jornal Giro noticiou, a morte mais recente foi na capital paulista. A vítima é uma menina de 11 anos, moradora da região de Ermelino Matarazzo, bairro da Zona Leste de São Paulo. O óbito foi registrado no dia 30 de janeiro. O Brasil registrou 85 mortes por dengue este ano.

Foram confirmados 79.550 casos confirmados da doença até o dia 10 de fevereiro no Estado de SP. No Brasil, contabilizou-se mais de 219 mil casos confirmados de dengue em 2025. Segundo a  Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os estados com mais episódios são São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Se considerada a incidência por 100 mil habitantes, o ranking é encabeçado pelo Acre, São Paulo e Espírito Santo. A maioria das mortes e casos graves e com sinais de alarme ocorreu em São Paulo.

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Vacina da dengue: baixa procura

Um grande aliado no combate à doença, a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS) completou uma ano em fevereiro de 2025. Porém, a procura pelo imunizante no Brasil está bem abaixo do esperado.

O imunizante está sendo aplicado em crianças e adolescentes de dez a 14 anos, grupo com maior número de internações pela doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Basta comparecer à unidade de saúde mais próxima de sua casa para receber o imunizante. Levar documento pessoal e carteirinha de vacinação.

De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, apenas 53% das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde foram utilizadas. Além disso, entre os que se vacinaram, 59% não retornaram para receber a segunda dose. A vacina está nos municípios onde a dengue é mais frequente.

Mônica Levi, presidente da SBIm, lamenta a baixa procura, especialmente porque o Brasil foi o primeiro do mundo a oferecer a vacina na rede pública. “Nós, profissionais da saúde, desejamos por muito tempo uma vacina para o combate à dengue. Agora que temos, precisamos do engajamento da população. Uma nova temporada da doença está começando. Quem não se vacinou deve se vacinar o quanto antes e quem já iniciou o esquema e está com ele em atraso precisa completá-lo com a segunda. Não é necessário recomeçar a vacinação”, convoca Mônica.

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Para a imunização, levar RG e carteirinha de vacinação (Divulgação/Secom Santana de Parnaíba)

Mais da metade não voltou para tomar a 2ª dose

No Estado de São Paulo, foram aplicadas 98.059 doses da vacina Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda. Da primeira dose, foram 72.212 aplicações. Já da segunda, 25.844. Isso significa que nem todos os vacinados tomaram a segunda picada. São necessárias duas doses da vacina, com um intervalo de três meses entre elas, para a sua eficiência.

A maioria dos vacinados no Estado de SP está na faixa dos 12 aos 17 anos de idade, com 49.196 doses aplicadas, sendo a maioria em meninos (24.899). Crianças na faixa etária de 5 a 11 anos significam 44.266 vacinados este ano até 13 de fevereiro, sendo 22.423 meninas.

A vacina de dose única, desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia nacional, já foi submetida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está aguardando registro. A vacina do Butantan é tetravalente, feita para proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

Segundo o Governo de SP, no período da pesquisa, apenas os tipos 1 e 2 circularam no Brasil, com o imunizante demonstrando eficácia e segurança contra tais sorotipos da dengue. Os resultados do ensaio clínico de fase 3, envolvendo 16.235 participantes em 16 centros de pesquisa no País, foram divulgados no New England Journal of Medicine, apontando 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática, e também na The Lancet Infectious Diseases, mostrando proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas.

Mais empenho dos municípios

Para Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm, as autoridades locais de saúde devem ampliar os esforços de comunicação e pensar em novas estratégias para alcançar o público-alvo. “Como, devido aos estoques limitados, a vacina vem sendo oferecida em um número restrito de municípios, muitas pessoas podem ficar em dúvida se há ou não vacinas onde moram. Não podemos apenas esperar que procurem a informação no site do Ministério da Saúde. Devemos ser proativos”, alerta Kfouri.

Mas, é importante lembrar que, além de buscar a vacina, a população tem que ficar atenta às medidas preventivas, como sempre esvaziar potes e garrafas, colocar areia nos vasos das plantas, guardar pneus, manter caixas d’água tampadas, limpar o terreno, amarrar bem sacos de lixo, entre outras ações.

“Também é fundamental colaborar com os agentes de saúde e, sempre que possível, utilizar repelentes à base de Icardidina, DEET e IR3535. A adoção dessas medidas deve ser um compromisso de todos, assim como a vacinação”, finaliza o vice-presidente da SBIm.

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Mantenha a caixa d’água tampada (Célio Júnior./PMI/Secom Itapevi)

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