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Cotia: secretários investigados por crime ambiental e corrupção pedem exoneração

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Vitor Marques e Gustavo Gemente pediram exoneração dos cargos de secretários em Cotia (Divulgação/Prefeitura de Cotia)

Vitor Marques e Gustavo Gemente não fazem mais parte do primeiro escalão do governo municipal de Cotia. Os secretários de Meio Ambiente (Gustavo Gemente) e Assuntos Jurídicos (Vitor Marques) pediram exoneração das pastas após serem alvos em uma operação do Gaeco e da Polícia Militar Ambiental, que investiga a prática de crime ambiental e corrupção.

Durante a operação, ocorrida no fim de junho, os dois ex-secretários foram alvos de mandados de busca e apreensão. Além de documentos, as autoridades policiais apreenderam R$ 122 mil em espécie com os dois investigados. Além deles, o vereador Sérgio Folha (PV), ex-secretário de Habitação na gestão do prefeito Rogério Franco (PSD) também foi alvo da operação.

Por meio de nota, a administração municipal confirmou que a pedido do funcionário Vitor Marques, no dia 30 de junho foi assinada a sua exoneração do cargo. Já no dia 1º de julho foi à vez de Gustavo Gemente solicitar a assinatura do pedido de demissão. Por enquanto, quem assume a pasta de Assuntos Jurídicos é a secretária adjunta, Marina de Mello Gama. Já o Meio Ambiente será comandado por Sidinei Pereira da Fonseca.

Na semana passada, o prefeito Rogério Franco garantiu que manteria os dois secretários em seus respectivos cargos. “Tudo é muito prematuro ainda e a Prefeitura aguardará, com serenidade, o resultado das investigações e a apresentação das defesas”, revelou em nota enviada ao GIRO.

Crime contra o meio ambiente
A investigação teve origem com a Operação Fast Track, deflagrada em novembro de 2020, quando se identificou e desarticulou uma célula jurídica da facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC), “Setor Universo”. Com base nos elementos colhidos naquela investigação, também presidida pelo Gaeco, identificou-se uma organização criminosa que atua desde meados de 2018 no Parque das Nascentes, em Cotia.

De acordo com a apuração, o local apresenta grande relevância ambiental por abarcar 13 nascentes e respectivos cursos d’água. Trata-se de Área de Preservação Permanente (APP). Porém, a região tem sido alvo da organização criminosa investigada, que passou a implantar loteamentos clandestinos. Para tanto, utiliza-se de mecanismos agressivos de desmonte ambiental, o assim denominado “correntão”. Além de gravemente lesivo à flora, a prática resulta em alta mortandade de animais, que não conseguem fugir.

O Ministério Público (MP) também apura a possível participação do prefeito de Cotia, Rogério Franco no caso. Segundo o portal “Cotia e Cia” um dos suspeitos de integrar a organização criminosa, revelou ao MP, que teria participado de reuniões dentro da Prefeitura de Cotia, ocasiões em que foram articuladas estratégias de atuação envolvendo servidores públicos municipais e que em um diálogo por telefone entre dois suspeitos, o MP afirma que foi possível concluir que ambos se referiam a Rogério Franco com o termo ‘homi’.

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