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Cajamar: deputado pede que caso Vitória seja reaberto e passe ao DHPP

Deputado pede a transferência do inquérito de Vitória para o DHPP após denúncias de coação e falhas na investigação conduzida em Cajamar
Vitória foi assassinada quando retornava do trabalho para casa em Cajamar (Reprodução/Redes sociais)

O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania) encaminhou, nesta quinta-feira (9), um pedido formal ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para que o inquérito policial que investiga o assassinato da jovem Vitória Regina seja transferido da Delegacia de Cajamar para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.

Segundo o parlamentar, a solicitação foi motivada por denúncias de irregularidades e falta de transparência na condução do caso. Zimbaldi explica que seu gabinete recebeu diversos relatos de possíveis desvios durante as investigações, o que reforçou a necessidade de uma nova apuração, desta vez por um órgão especializado.

“Recebemos denúncias sérias sobre o andamento do inquérito. É fundamental que a Justiça tenha acesso a todas as informações e o caso seja tratado com a devida transparência”, pede.

O deputado também enviou ofícios ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ao delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, e à direção do DHPP, formalizando o pedido de reabertura do inquérito.

Acusado afirma ter sido coagido

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A defesa de Santos protocolou, em maio, um pedido de anulação da denúncia (Reprodução/Record TV)

O principal acusado pela morte de Vitória, Maicol Antonio Sales dos Santos, nega envolvimento no assassinato e sustenta que foi forçado a confessar sob ameaças e pressão psicológica.

Em uma carta anexada ao processo, Maicol afirma que não participou do crime e descreve em detalhes as supostas coações sofridas durante as investigações.

“Deixei claro que não havia confessado, bem como qualquer intenção para tal”, escreveu o réu no documento.

Conforme a carta, ele teria recebido visitas de investigadores que o ameaçaram e o orientaram a repetir uma narrativa previamente construída. A defesa também reforça que a confissão foi obtida sob coação.

“Recebi a visita (…) com diversas ameaças, contra mim e meus familiares, onde permaneci calado. Nesse momento, o investigador chefe disse que então me colocariam para repetir sobre o que eles queriam”, relatou.

Em depoimento prestado em junho deste ano, Maicol ainda afirmou que prometeram benefícios à sua mãe, como aposentadoria e vale-aluguel, em troca da confissão.

Indícios de terceiro envolvido

A defesa do acusado também aponta para um ponto considerado crucial: a presença de material genético de uma terceira pessoa na cena do crime. O achado levanta dúvidas sobre a autoria do homicídio e reforça a tese de que o caso deve ser reavaliado.

Com a solicitação encaminhada por Rafa Zimbaldi, a expectativa é que o DHPP reabra as investigações, reexamine as provas periciais, os depoimentos e os laudos genéticos, buscando esclarecer eventuais contradições e assegurar a lisura do processo.

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