Você pode quitar dívidas e aplicar o 13º para reserva financeira, sem deixar de presentear neste Natal. O recurso representa cerca de 3% do PIB
O final de ano é aguardado pelos trabalhadores por conta do 13º salário, que deve ser pago pelo empregador até 30 de novembro (1ª parcela) e até 20 de dezembro (2ª parcela). De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pagamento do 13º pode injetar cerca de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira até dezembro, representando, aproximadamente, 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Mas, você sabe o que fará com este dinheiro extra? Muitos profissionais ficam com dúvidas sobre como utilizar o recurso. “O 13º salário é uma excelente alternativa para completar ou começar a formar uma reserva financeira”, afirma Ahmed El Khatib, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). O pagamento do 13º salário não deve ser encarado como uma renda extra.
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13º salário: oportunidade para poupar e investir
Para o especialista, todo dinheiro que entra no orçamento é uma ótima oportunidade para começar a poupar e investir. Mas, é importante ressaltar que não existe um investimento perfeito e, sim, um que funciona para cada pessoa. “Não é preciso guardar todo o dinheiro. Eu sugiro um meio termo. Defina um percentual que vai para reserva de emergência e o outro que vai para o seu consumo. A reserva financeira é o dinheiro guardado para momentos de necessidades e imprevistos. Para quem não tem dívidas, essa seria a primeira dica de como usar bem o 13º salário”, destaca Khatib.
Outra boa opção é iniciar uma previdência. Quem já possui uma, pode realizar um aporte maior. Outra opção é comprar títulos públicos indexados ao IPCA. “Estes títulos estão com uma remuneração bem interessante no momento. E claro, a depender do seu sonho, outros investimentos possíveis”, diz ele.
Você tem dívidas? Pague-as
Caso existam dívidas, sobretudo, as com financiamentos e cartões de crédito, o especialista recomenda que o trabalhador as quite. “Nestes casos, o décimo terceiro salário pode ajudar a frear uma espiral negativa nas suas finanças, quando aquela bola de neve de juros sobre juros parece incontrolável. Se você tem dívidas com juros altos, como o cheque especial, faturas atrasadas do cartão de crédito ou outros empréstimos de curto prazo, a melhor opção para o seu décimo terceiro é quitar essas dívidas”, detalha Khatib.
O especialista acrescenta: “De que adianta pensar em investir para o futuro, projetando ganhos audaciosos de 10% ao ano acima da inflação, por exemplo, se você está usando dinheiro do cheque especial, cujos juros superam a casa dos 100% anuais?”
Planeje suas finanças
Ahmed El Khatib dá dicas na hora de planejar o uso do seu dinheiro:
- Lembre-se que o dinheiro deve trabalhar a seu favor, e não o contrário. Aproveite o momento para criar uma cultura de poupança e usar a renda extra para compor uma reserva financeira ou reforçar os investimentos já existentes;
- Faça uma faxina no orçamento, eliminando todos os gastos supérfluos. Defina objetivos de curto (até 1 ano), médio (1 a 5 anos) e longo prazos (acima de 5 anos) para não perder o foco. Em seguida, veja se faz sentido pagar as contas atrasadas ou guardar recursos para eventuais emergências.
- Para quem não renuncia às compras de Natal, planeje os gastos de fim de ano para não extrapolar. Não compre por impulso e crie um teto de gastos pessoal para a data. O ideal é que o teto não ultrapasse mais que 20% do salário. Adapte o preço dos presentes a essa realidade e, assim, você terá boa situação financeira nos próximos meses, em especial nos primeiros meses do ano, onde as contas relacionadas ao IPTU, IPVA, material escolar, entre outros, costumam pesar no bolso.
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