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Vacina contra a dengue no SUS começa a ser aplicada em 2026

Imunizante de dose única, produzido pelo Butantan, prioriza profissionais de saúde e pessoas de 50 a 59 anos
Oferta da vacina será feita exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (Butantan/Divulgação)

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (9) a estratégia nacional de imunização contra a dengue com a nova vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, o primeiro imunizante de dose única contra a doença no mundo e produzido integralmente no Brasil. O primeiro lote contará com 1,3 milhão de doses e será ofertado exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com previsão de início da aplicação a partir de 2026.

A campanha de vacinação começará com grupos prioritários, definidos com base em análise técnica e no perfil epidemiológico da população. Terão preferência os trabalhadores da Atenção Primária à Saúde de todo o país e adultos de 50 a 59 anos, começando pelos mais velhos e avançando gradualmente para faixas etárias mais jovens.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue e, neste primeiro momento, será direcionada principalmente aos profissionais que atuam diretamente na rede básica de saúde. Com a ampliação da produção e a entrega de novas remessas, a imunização será estendida ao público em geral.

Embora a data oficial de início ainda não tenha sido definida, a estimativa é que a aplicação das primeiras doses ocorra até o final de janeiro do próximo ano. “A meta do Ministério da Saúde é, junto com estados e municípios, iniciar essa vacinação até o final de janeiro, já começarmos esse esforço vacinal e a divulgação junto a esse público”, afirmou o ministro. Segundo ele, a estratégia seguirá recomendação de especialistas. “A sugestão feita pelos especialistas e que vai ser adotada pelo Ministério da Saúde é começar a vacinação nos mais idosos e depois descer para os mais jovens.”

Padilha também anunciou que um estudo clínico específico para pessoas acima de 60 anos terá início no começo de 2026. “A Anvisa autorizou o Instituto Butantan a fazer a avaliação para [o público com] mais de 60 anos. À medida que a gente tiver o resultado dessa avaliação, podemos prever no futuro também a vacinação desse público”, explicou.

Atualmente, desde 2024, o Brasil já utiliza outra vacina contra a dengue no SUS, direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Mais de 7,4 milhões de doses desse imunizante, de origem japonesa, já foram aplicadas. O ministro destacou que essa estratégia será mantida.

“Nada muda na vacinação da dengue. Vamos continuar com a estratégia atual: a vacina internacional para o público mais jovem e a vacina do Butantan para 15 a 59 anos, começando gradualmente dos mais idosos aos mais jovens”, reforçou.

Em relação às crianças de até 10 anos, o Ministério da Saúde informou que, no momento, não há previsão de ampliação dos estudos pelo Instituto Butantan para essa faixa etária.

A pasta informou ainda que parte das doses da nova vacina será destinada a um estudo de impacto em Botucatu, no interior de São Paulo. No município, cerca de 50% da população entre 15 e 59 anos deverá ser vacinada, em razão da predominância do sorotipo DENV-3. Outros municípios com circulação semelhante do vírus também poderão ser incluídos na avaliação.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina do Butantan apresentou 74,7% de eficácia contra a dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos e 89% de proteção contra casos graves da doença.

Mesmo com a redução de 75% nos casos de dengue registrada em 2025, o Ministério da Saúde reforçou que as medidas de prevenção seguem essenciais. Entre elas estão a eliminação de recipientes que acumulam água, o uso de telas de proteção e a limpeza periódica de caixas d’água e reservatórios.

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