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Tanorexia: quando o bronze passa do limite

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A tanorexia costuma estar associada a comportamentos compulsivos (Divulgação/Freepik)

A tanorexia é um termo popular — não técnico — que descreve uma espécie de vício em bronzeamento. “Embora não seja um diagnóstico médico oficial, a tanorexia costuma estar associada a comportamentos compulsivos ligados à busca excessiva pelo bronzeado, por exposição direta ao sol ou câmaras de bronzeamento artificial, gerando um sentimento de ansiedade ou irritação constante quando a pessoa não consegue se bronzear”, afirma Dr. Ricardo Antunes, especialista em Cirurgia Oncológica e presidente do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

A prática excessiva aumenta a probabilidade de desenvolver câncer de pele, envelhecimento precoce, queimaduras solares, danos oculares e até queda da imunidade, devido à exposição intensa às radiações UVA e UVB. O Estudo Nacional do Câncer estimou, em 2023, cerca de 480 mil novos casos de câncer de pele não melanoma no Brasil, além de, aproximadamente, 9 mil diagnósticos de melanoma. “A cultura do bronzeamento é um problema de saúde real e deve ter prevenção especial. Essa é a mensagem da campanha Dezembro Laranja, que visa alertar sobre os perigos da doença, reforçando os cuidados com o sol, o uso de protetor solar e detecção precoce”, afirma o médico.

Dr. Ricardo Antunes destaca que a tanorexia exige acompanhamento psicológico e orientação contínua com um dermatologista. Segundo o especialista, não existe bronzeamento totalmente seguro: qualquer escurecimento da pele já indica dano ao DNA provocado pelos diferentes tipos de raios ultravioleta.

Ele ressalta, no entanto, que há alternativas que não oferecem esse risco, como os autobronzeadores modernos, capazes de proporcionar cor e tonalidade mais uniforme para quem deseja o efeito bronzeado sem a exposição ao sol.

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Dr. Ricardo Antunes explica a tanorexia (Arquivo pessoal)

Tanorexia: tratamento

Dr. Ricardo Antunes enfatiza que a orientação para se lidar com casos de tanorexia é, sem dúvida, um tratamento com psicoterapia e o acompanhamento constante com o dermatologista. “Não existe bronzeamento totalmente seguro. Qualquer escurecimento da pele induzido já indica dano do DNA causado pelos raios ultravioleta”, afirma o especialista.

Ele ressalta que, no entanto, há alternativas que não oferecem risco diretamente, como os autobronzeadores modernos, capazes de proporcionar cor e tonalidade mais uniforme para quem deseja o efeito bronzeado sem os danos causados pelos raios solares.

Câncer de pele

O câncer de pele é o tumor mais comum em ambos os gêneros. “Os carcinoma bases celulares e os carcinoma espinocelulares são os mais frequentes e representam, pelo menos, 90% dos tumores cutâneos malignos, caracterizando-se por feridas que não cicatrizam. A alta taxa de cura observada no câncer de pele decorre fundamentalmente do bom prognóstico dessas duas entidades”, explica o oncologista.

De modo geral, a cura dos cânceres de pele mais comuns é alcançada por meio de cirurgias de pequeno porte. Já o melanoma é um tipo especial e menos frequente — representa cerca de 5% a 7% dos tumores cutâneos —, porém tem comportamento muito mais agressivo e maior letalidade quando não diagnosticado precocemente. “O melanoma costuma apresentar coloração enegrecida, pode sangrar com facilidade e geralmente se manifesta como uma lesão escura, de aspecto irregular”, acrescenta Dr. Ricardo Antunes.

O Estudo Nacional do Câncer estimou, em 2023, cerca de 480 mil novos casos de câncer de pele não melanoma e, aproximadamente, 9 mil casos de melanoma no Brasil. São números elevados e, segundo o especialista, ainda subestimados — o total real tende a ser maior.

O principal fator de risco para os carcinomas de pele é a exposição solar, diretamente relacionada à radiação ultravioleta, considerada a principal responsável pelas alterações genéticas que, ao se acumularem, levam ao desenvolvimento desses tumores. “Pessoas de pele clara e olhos claros têm risco aumentado para esse tipo de câncer”, diz ele.

A prevenção primária — que consiste em evitar os fatores de risco — e a prevenção secundária, focada na detecção precoce do câncer de pele, são estratégias essenciais que precisam ser amplamente informadas, conscientizadas e adotadas pela população brasileira.

O conceito de prevenção primária refere-se ao conjunto de medidas destinadas a reduzir o risco de câncer de pele, como diminuir a exposição solar, usar protetor solar regularmente, recorrer a chapéu e óculos escuros e evitar câmaras de bronzeamento.

“Já a prevenção secundária envolve ações que possibilitam o diagnóstico precoce e o tratamento adequado o mais rapidamente possível. Nessa abordagem, qualquer lesão de pele que não cicatriza, bem como lesões escuras, deve ser avaliada por um médico especialista com brevidade”, ressalta.

As câmaras de bronzeamento artificial são comprovadamente nocivas e aumentam o risco tanto de carcinomas quanto de melanoma.

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A tanorexia pode levar ao câncer de pele (Divulgação/Freepik)

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