O grupo teria recebido R$ 500 mil para a execução do crime, que ocorreu em outubro de 2024, quando o carro blindado do ex-prefeito José Aprígio foi alvo de tiros de fuzil
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou cinco pessoas por tentativa de homicídio qualificado, acusadas de planejar e executar um atentado forjado contra José Aprígio (Podemos), ex-prefeito de Taboão da Serra. Segundo a investigação, o crime teria sido arquitetado para impulsionar sua candidatura à reeleição em 2024.
A denúncia, apresentada à Justiça na segunda-feira (24), aponta que dois suspeitos foram responsáveis pelo planejamento e intermediação do ataque, enquanto os outros três executaram a ação e organizaram a fuga. Os denunciados também vão responder por associação criminosa, adulteração e incêndio de veículo.
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Ataque para ganho eleitoral do ex-prefeito
O atentado ocorreu em 18 de outubro de 2024, quando o carro blindado de José Aprígio foi alvo de disparos de fuzil. Um dos projéteis acertou Aprígio no braço e na clavícula. Segundo o MP, o atentado foi forjado para que ele se vitimizasse e conseguisse vantagem eleitoral contra seu adversário, Engenheiro Daniel (União Brasil), no segundo turno das eleições municipais.
A investigação revelou que o grupo político do ex-prefeito teria pago R$ 500 mil para a realização do crime. O valor seria dividido entre os cinco envolvidos, que tiveram suas funções detalhadas na denúncia:
- Gilmar de Jesus Santos – executor e atirador
- Odair Júnior de Santana – executor, motorista e atirador
- Jefferson Ferreira de Souza – responsável pela fuga
- Clóvis Reis de Oliveira – intermediário e negociador
- Anderson da Silva Moura – organizador da operação e fornecedor das armas
Os criminosos adquiriram um Nissan March vermelho com sinais de identificação adulterados por R$ 15 mil e um fuzil por R$ 85 mil, além de 80 munições. No dia do atentado, os suspeitos acreditavam que a blindagem do carro suportaria os tiros, mas Aprígio acabou ferido. Ele sobreviveu por ter recebido atendimento médico imediato e por não ter sido atingido em uma área vital.
Após o ataque, os executores fugiram pelo Rodoanel Mario Covas e incendiaram o veículo na altura do km 21, próximo a Osasco. Anderson foi preso na Operação Fato Oculto, deflagrada em 17 de fevereiro de 2025, enquanto Clóvis segue foragido.
Qualificadoras agravam a denúncia em Taboão da Serra
O MP-SP denunciou os suspeitos por tentativa de homicídio qualificado, com quatro agravantes:
- Dolo eventual – os atiradores assumiram o risco de matar todas as pessoas no carro.
- Emprego de arma de uso restrito – o fuzil AK-47 é uma arma de alto poder destrutivo.
- Perigo comum – os disparos foram feitos em via pública movimentada, colocando outras pessoas em risco.
- Motivo torpe – os envolvidos receberam pagamento para cometer o crime, caracterizando frieza e desrespeito pela vida humana.
Além disso, a denúncia destaca que as vítimas não tiveram chance de defesa, pois os disparos foram feitos de forma repentina e rápida, impossibilitando qualquer reação.
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