Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado nas 20 maiores cidades do Brasil revelou a disponibilidade de leitos e respiradores por habitantes. De acordo com o estudo, o SUS dispõe de 1,1 leito de UTI adulto com respirador para cada 10 mil habitantes – número que está próximo do que é indicado pelo Ministério da Saúde.
No entanto, essa quantidade é recomendada em situação de normalidade, não para cenários em que casos de internação ou de problemas de respiração crescem em alta velocidade.
O técnico de planejamento e pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, Rafael Pereira, que coordenou o estudo, revela que a situação é preocupante. “A gente não está em situação de normalidade. Então, aquela disponibilidade de 1,1 leito para cada 10 mil habitantes, muito provavelmente, não vai dar conta do estrangulamento que a gente vai enfrentar nas próximas semanas. Em alguns estados a gente já está passando por isso. Manaus, no Amazonas, já está em situação crítica. “
O coordenador da pesquisa afirmou que medidas de investimento em saúde nos arredores das grandes cidades pode ajudar a evitar o congestionamento de redes públicas, e que algumas prefeituras já perceberam e adotaram a medida. “Essa estratégia das prefeituras agindo de maneira mais coordenada para aumentar a capacidade de alguns municípios que eles sabem que vai ser estrangulada, é muito boa. “