Segundo a FecomercioSP, a taxa de inadimplentes nas capitais brasileiras se manteve estável entre 2022 e 2024. Confira mais dados
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a taxa de famílias inadimplentes nas capitais brasileiras se manteve estável entre 2022 e 2024. No final do 1º semestre de 2022, essa margem era de 29% dos lares brasileiros. Já em 2024, chegou a 28,8%, após ligeira subida para 29,6% no ano passado.
Na cidade de São Paulo, 20% das famílias estão com as contas atrasadas este ano. Esta porcentagem é menor que a registrada em 2023, que foi de 24%, e no ano anterior (23%).
Iniciativas como reajustes do valor de programas de transferência de renda ou do próprio salário mínimo, além do Desenrola Brasil — criado pelo governo, em 2023, para amenizar a inadimplência, acabaram não surtindo efeito na melhora das taxas, diz a federação.
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Inadimplentes: pressão sobre mercado de crédito
Hoje, a capital brasileira mais inadimplente é Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde 54% das famílias estavam nessa situação no fim do 1º semestre. No lado oposto, ou seja, a que apresenta o menor volume de lares com contas atrasadas, está Aracaju, em Sergipe, com apenas 20%. A diferença é de relevantes 34 pontos porcentuais (p.p.).
Entre as capitais com mais gente convivendo com dívidas em atraso, destacam-se, ainda, Natal, no Rio Grande do Norte (52%); Porto Velho, em Rondônia, com 51% dos lares nessa condição; Manaus, no Amazonas, com 45%; e Rio Branco, no Acre, onde 39% das famílias estão inadimplentes.
Na análise da FecomercioSP, os dados destes municípios são preocupantes para as populações locais, já que indicam que há pressão sobre o mercado de crédito, aumentando custos com novos empréstimos e dificultando o pagamento das despesas atuais, além de travar investimentos de longo prazo. O resultado disso é um desenvolvimento econômico mais contido do que outras metrópoles.
Além da capital paulista, aparece em situação oposta Palmas, no Tocantins, com 18%; Curitiba, no Paraná, com 14%; além de João Pessoa, na Paraíba, localidade em que a taxa é de apenas 6%. Nestes locais, além da gestão financeira mais adequada do orçamento familiar, há conjunturas econômicas que permitem que a população não dependa tanto de modalidades de crédito. isto é possível graças à maior capacidade de pagamento das contas, seja pela massa de renda ou pelo mercado de trabalho, que se manteve aquecido nesse período.
Fonte: FecomércioSP
Capitais que tiveram um salto grande
Manaus registrou um grande alto na taxa de inadimplência familiar, que subiu 16 p.p. no intervalo em questão. A capital amazonense subiu de 29% de famílias nessa situação, em 2022, para 45% em 2024.
Já em Goiânia, a elevação foi de 15 p.p., saindo da lista das cidades com a menor quantidade de casas com contas atrasadas (19%) para uma situação acima da média nacional (34%). Em Belo Horizonte, líder do ranking, inclusive, as condições se agravaram bastante no último biênio, com uma alta de 11 p.p. no número de lares vivendo com contas vencidas.
O fenômeno inverso ocorreu em capitais como Recife, João Pessoa, Rio de Janeiro e Porto Alegre, onde a porcentagem de famílias inadimplentes praticamente se manteve o mesmo de 2022 a 2024.
Confira, abaixo, o ranking da inadimplência nas capitais brasileiras:
R$ 900 para sanar dívidas
Os levantamento da FecomercioSP ressalta ainda que, entre 2022 e 2024, a proporção das dívidas dentro do orçamento familiar se manteve inalterada em torno de 30%. Ou seja, um terço dos rendimentos dessas pessoas, nas capitais brasileiras, está sendo usado para pagar despesas em curso ou para liquidar eventuais atrasos. Vamos dar um exemplo: uma família com renda mensal de R$ 3 mil utiliza cerca de R$ 900 para sanar dívidas.
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