Um dos assuntos interligados ao desenvolvimento de uma cidade inteligente é a mobilidade urbana. O tópico é definido como condição que viabiliza os deslocamentos entre os moradores de uma cidade, para desenvolver relações sociais e econômicas através de meios de transporte. Desde 2016, o tema é uma das principais questões debatidas em Osasco, por conta da aprovação do Plano de Mobilidade.
“Osasco faz parte da porção oeste da Região Metropolitana de São Paulo. Ela é importante do ponto de vista econômico e comercial tendo o segundo maior polo desse setor, ficando atrás da (rua) 25 de março”, explica a professora Viviane Rúbio, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie. “Há atividades de varejo e ofertas de emprego. Para essa circulação de movimento pendular, o sistema de mobilidade urbana é fundamental”.
Segundo a gestão municipal, entre as principais obras para o setor previstas estão: implantação de uma ciclovia na zona norte do município, uma ponte para ligar o Rochdalle ao centro, nova alça de acesso ligando a Rodovia Castello Branco à avenida Maria Campos e a finalização do viaduto do Miguel Costa. Ao Giro S/A, a prefeitura também informou que vêm retomando obras definidas para o Plano de Mobilidade, que foram paralisadas por conta da pandemia da covid-19.
“A principio, Osasco é uma cidade contraste, tem uma série de problemas relacionados à ocupação precária. Mas é um município com estrutura urbana na centralidade, que não tem nenhuma ineficiência na prestação de serviços, de laboratórios, cinemas, shoppinhgs e universidades, É um local que atende uma série de necessidades de seus moradores. A mobilidade faz uma série de ligação”, afirma Viviane.
Dados e soluções
Em dados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possui 701.428 moradores e uma frota de veículos registrada de 446.071. Deste número, 291.785 são automóveis, dois bondes, 9.787 caminhões e 66.447 motos.
O município possui cinco estações da Linha 8-Diamante e uma da Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM) e é cortado pelas rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Anhanguera e o trecho oeste do Rodoanel Mário Covas.
Ao Giro S/A, a gestão municipal informou que a cidade possui 46 linhas distribuídas entre as empresas Viação Osasco e Urubupungá. Mensalmente são atendidos cerca de 2,730 milhões de passageiros, totalizando uma média anual de mais de 32,760 milhões.
Devido ao intenso fluxo no trânsito do município que completará 60 anos de emancipação nesta sábado (19), a professora aponta como solução a integração entre os diversos modais – como carros, ônibus e trens – para uma maior conexão.
“É preciso resolver as conexões internas na cidade, focando na circulação interna dos bairros, com mais linhas de ônibus internos, como micro-ônibus e ônibus com menos capacidade, e que possa fazer a ligação na hierarquia de vias, sistema binário – onde uma rua vai e a outra volta”, afirma Viviane. “É necessário ter um sistema de circulação interno de transporte público bem resolvido na cidade. Para este consiga fazer a ligação com transporte de alta capacidade como os trens, para unir a Região Metropolitana.”, completa.
Plano de Mobilidade
Pela legislação, todo município com mais de 250 mil habitantes precisa fazer um Plano de Mobilidade, sob pena de não estar habilitado a receber recursos federais para investimento no setor. O programa é ferramenta de planejamento e instrumento de política pública para orientar o desenvolvimento do transporte nas áreas urbanas.
A partir dele tem-se um instrumento de gestão e avaliação dos sistemas de mobilidade, contemplando a identificação clara dos objetivos de curto, médio e longo prazo e dos meios financeiros e institucionais que assegurem a sua implantação e execução.
“Todos que envolvem a cidade devem contar com a participação da sociedade. Os conselhos da cidade, onde há participação de todos os setores da população, fazem o controle da execução do Plano de Mobilidade” acrescenta a professora Viviane Rúbio.
Em Osasco, o PlanMob encontra-se em fase de atualização, análises e deliberações em cumprimento ao Artigo 13 da Lei 4.765/2016 que estabelece periodicidade de cinco anos para revisões.
“Além disso, alguns programas do PlanMob estão em fase de estudo e implantação, já que em razão da pandemia da Covid-19, alguns pontos foram suspensos temporariamente e estão retornando de forma gradual”, esclareceu a gestão municipal à reportagem.