O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na sexta-feira (7) o adiamento do retorno às aulas no Estado, que estava prevista inicialmente para acontecer em setembro. A nova data anunciada em coletiva de imprensa, realizada no Palácio dos Bandeirantes, é 7 de outubro.
De acordo com Doria, a previsão inicial é de que todo o estado esteja por 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo, para que aconteça o retorno gradual. Em seu primeiro momento atingirá 35% dos alunos. “A volta gradual e responsável das atividades escolares é fundamental, principalmente para as crianças das camadas mais desfavorecidas da sociedade. O retorno é importante não somente pelo aspecto educacional, mas também pela questão social e da segurança alimentar”, afirmou o governador, que complementou: “as escolas públicas e privadas de regiões que já estejam há mais de 28 dias na fase amarela, podem antecipar a reabertura para reforço escolar e atividades opcionais como o uso de bibliotecas, aulas de reforço e aulas laboratoriais”.
Saúde Mental
Durante a coletiva, o secretário estadual da Educação de São Paulo, Rossielli Soares, explicou que a paralisação das aulas ocasionada devido aos efeitos da pandemia do coronavírus, prejudicou a saúde mental dos estudantes. Segundo pesquisa realizada pelo DataFolha em parceria com a Fundação Lemann, Itaú Social e a Imaginable Futures, 75% dos estudantes das escolas estaduais declararam que estão ansiosos, tristes ou irritados. O levantamento entrevistou 424 responsáveis por estudantes matriculados na rede pública com idade entre 6 e 18 anos no mês de junho deste ano
Soares também apresentou um estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), e o resultado é preocupante: a paralisação das aulas presenciais gerou uma catástrofe geracional, que pode desperdiçar um potencial humano, danificar o progresso de uma sociedade e aumentar desigualdades. “A ONU vê uma catástrofe geracional com mais de um bilhão de alunos fora da sala de aula”, explicou o secretário. Ele também ponderou que foram utilizados estudos no qual indicam que estar fora da escola aumenta o risco de gravidez na adolescência, exploração sexual, violência e trabalho infantil.
Também foi anunciado que os estudantes e escolas de todo o Estado irão receber 12 milhões de máscaras de tecido, 300 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.168 termômetros a laser, dez mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel e 100 milhões de unidades de papel toalha.
Rossieli Soares também ressaltou que, ainda neste mês, os estudantes receberão apostilas com o conteúdo complementar das aulas remotas. O secretário também adiantou que entre os dias 24 e 28 de agosto, haverá um recesso tanto para os professores quanto para os alunos.