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Barueri: quebra de sigilo de suspeitos por furto de armas

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Inquérito do Exército apura furto de metralhadoras em Barueri (Reprodução/Exército Brasileiro)

Justiça Militar autorizou a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos sete militares que estão impedidos de deixar o Arsenal de Guerra de Barueri

A Justiça Militar quebrou os sigilos telefônicos, telemáticos e bancários de sete militares que são investigados pelo Exército por suspeita de furtar 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri. A medida foi decretada a pedido do encarregado do inquérito que corre pelo Comando Militar do Sudeste (CMSE) e foi publicada pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

O Exército investiga 20 militares por suspeita de envolvimento com o maior desvio de armas já conhecido no País. Deste total, sete militares estão impedidos de sair do Arsenal de Guerra desde 10 de outubro, quando o desaparecimento das metralhadoras foi confirmado.

Ainda, segundo o comando do Exército, entre os sete militares que prosseguem aquartelados, três seriam os responsáveis diretos pelo furto. Ou seja, um deles teria aberto o paiol, outro pego as armas e um terceiro transportado as metralhadoras para fora do quartel, em um caminhão militar. Já os outros 13 militares investigados já podem ir para casa e voltar para trabalhar no quartel.

Armas do quartel de Barueri encontradas em São Roque

Na sexta-feira, dia 20 de outubro, a Polícia Civil localizou nove metralhadoras que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro, em Barueri. Foram recuperadas quatro metralhadoras calibre 7,62 e cinco metralhadoras calibre .50 – conhecidas por poder de fogo e alcance para derrubar até aeronaves. As imagens das armas recuperadas foram divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Polícia recupera nove metralhadoras furtadas do Exército
Polícia Civil localizou as armas furtadas do Exército em um lamaçal na cidade de São Roque (Divulgação/Polícia Civil)

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O secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Guilherme Derrite, disse que a polícia conseguiu apurar que o armamento seria entregue para criminosos entre a sexta-feira (20) e sábado (21), em São Roque, e enviou uma equipe até o local.

“Elas (metralhadoras) tinham endereço certo. A informação que se tem é que tanto o Comando Vermelho quanto o PCC seriam os destinatários finais desse armamento”, disse Derrite na manhã deste sábado, durante coletiva de imprensa

Armas do Exército recuperadas no Rio de Janeiro

Na quinta-feira (19), integrantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro encontraram oito das 21 metralhadoras furtadas. As quatro metralhadoras ponto 50 e outras quatro do modelo MAGs, calibre 7,62, foram interceptadas no bairro Gardênia Azul, na zona oeste da capital carioca.

Barueri: quebra de sigilo de suspeitos por furto de armas
Armas do quartel de Barueri interceptadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (Divulgação)

Com as duas apreensões já foram recuperadas 17 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército. Quatro armas ainda seguem desaparecidas e são procuradas pelas autoridades.

Investigações sobre armas roubadas do Exército

O furto de 13 metralhadoras calibre .50 e de oito metralhadoras calibre 7,62 do Arsenal de Guerra São foi constatado pelo Exército no dia 10 de outubro. A partir daí, o comando passou a investigar internamente o desaparecimento das armas. Inicialmente, cerca de 480 militares foram impedidos de irem para casa e tiveram seus celulares confiscados. Mas, 320 foram liberados e, até este final de semana, 160 continuavam “aquartelados”.

O Exército constatou ainda que mais de três militares participaram do crime. A suspeita é de que ele tenha sido praticado a pedido de facções interessadas em comprar as metralhadoras, para uso em ações criminosas.

Diretor do Arsenal de Guerra de Barueri exonerado

Ainda na quinta-feira (19), o General de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, anunciou, durante coletiva de imprensa, a exoneração do diretor do Arsenal de Guerra de Barueri.

Na ocasião, o chefe disse que militares estavam envolvidos no delito, mas a quantidade e nomes dos agentes seriam mantidos em sigilo.

Oito armas furtadas em Barueri são recuperadas no RJ
General Maurício Vieira Gama, durante coletiva sobre furto de metralhadoras (Reprodução/TV Globo)

Em caso de condenação, militares temporários serão expulsos. Enquanto militares de carreira serão submetidos a conselho de justificação ou disciplina, caso seja comprovada a participação deles na ação criminosa.

O general ainda afirmou que todos os processos da organização militar no Arsenal de Guerra em Barueri estão sendo revistos. Paralelamente à investigação, os envolvidos, que exerciam as funções de fiscalização e controle das armas, serão exonerados do Exército Brasileiro e responderão na Justiça, como civis.

“O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado, e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei”, reiterou Maurício Vieira Gama.

Na coletiva, o chefe comunicou que a decisão de exonerar o responsável pelo Arsenal de Guerra foi tomada pelo comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

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