Nomeação de César Miano, aliado e defensor jurídico do ex-secretário, levanta suspeitas de continuidade na gestão e causa revolta entre entidades ligadas à inclusão
A Secretaria de Educação de Barueri já tem um novo secretário. César Alexandre Padula Miano assume a cadeira de Celso Furlan que foi exonerado, na sexta-feira, dia 16 de maio, após o vazamento de áudios polêmicos contra alunos com deficiência matriculados na rede municipal da cidade. Porém, a escolha do prefeito Beto Piteri (Republicanos), provocou reações imediatas de moradores, educadores e entidades da sociedade civil, pois Miano é advogado pessoal de Celso Furlan e também era secretário-adjunto na pasta.
A decisão do prefeito Beto Piteri de nomear um nome diretamente ligado a Celso Furlan gerou críticas sobre a possibilidade de continuidade das práticas da antiga gestão e levantou questionamentos sobre os critérios utilizados para a escolha do novo titular da pasta. Até o momento, a Prefeitura não divulgou uma nota oficial explicando os motivos que levaram à nomeação de Cézar Alexandre Padula Miano.
Exoneração de Celso Furlan
A troca de comando na Secretaria de Educação ocorreu após a divulgação, nas redes sociais, de áudios gravados durante uma reunião com diretores escolares no dia 13 de maio, no Centro de Aperfeiçoamento de Professores, na sede da Secretaria de Educação. Na ocasião, Celso Furlan fez falas polêmicas ao sugerir critérios mais rígidos para a matrícula de alunos com deficiência na rede pública municipal. Ele também acusou pais de fraudarem comprovantes de residência para garantir vagas em Barueri.
“Eles inventam endereços, fazem contratos falsos para poder trazer as crianças para cá”, afirmou Furlan, ao criticar o aumento no número de alunos com deficiência na rede, que, segundo ele, teria passado de 700 para 3 mil. O então secretário ainda questionou a inclusão de crianças com deficiência em classes regulares e sugeriu que parte delas deveria ser encaminhada exclusivamente para instituições especializadas, como o Centro de Referência em Transtorno do Espectro Autista.
A repercussão foi imediata. Entidades ligadas à defesa dos direitos das pessoas com deficiência exigiram providências e pressionaram o governo municipal pela exoneração de Celso Furlan, o que acabou sendo concretizado na sexta-feira, 16 de maio.
Com a nomeação de Cézar Miano, entidades e lideranças locais agora cobram não apenas uma mudança de nomes, mas uma transformação real na condução das políticas públicas educacionais. As críticas se concentram na falta de transparência na escolha do novo secretário e na possibilidade de que o vínculo direto com Celso Furlan comprometa avanços necessários na área de inclusão e respeito à diversidade.
A expectativa é de que a nova gestão se comprometa com uma política educacional mais inclusiva, dialogando com pais, professores e especialistas para garantir o direito à educação de qualidade para todos os estudantes, especialmente os com deficiência. A Prefeitura ainda não se pronunciou sobre as diretrizes que serão adotadas por Miano à frente da pasta.
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