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Volta às aulas 2023: escolas de Barueri, Cotia e região apresentam novidades para seus alunos

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Escolas da região se preparam para o ano letivo de 2023 (Divulgação/Freepik)

Algumas instituições implantarão novos projetos e introduzirão conteúdos que buscam aprimorar o aprendizado e promover uma maior autonomia dos seus estudantes

As aulas retornam nas escolas públicas e privadas das cidades da região oeste Grande SP nesta última semana de janeiro e no início de fevereiro. Para o ano letivo de 2023, alguns colégios prometem novidades, a exemplo da implantação de novos projetos e a introdução de conteúdos que buscam aprimorar o aprendizado, promover autonomia nos alunos e aproximá-los de temas relevantes e contemporâneos da sociedade.

Uma das escolas que promete uma série de novos e estimulantes desafios para 2023 é o colégio Rio Branco, localizado no bairro Granja Vianna, no município de Cotia. A instituição desenvolve o projeto de formação de coletivos com os alunos para trabalharem ao longo do ano temas relevantes para sociedade. Na prática, os alunos se organizam em grupos e escolhem um assunto para se dedicarem fora do horário de aula, com apoio dos professores, que atuam como colaboradores dos alunos. Além de debater, os estudantes propõem ações para serem implementadas na sociedade. Neste ano de 2023, o Colégio Rio Branco, além dos coletivos já em funcionamento, será criado o da Diversidade, que trabalhará com temas relevantes sobre preconceito, racismo e homofobia, por exemplo. Os alunos poderão definir ações para levar para as comunidades próxima a escola para se colocada em prática.

Outra ação para 2023 é a implementação do trabalho de tutoria com alunos de alta performance. Eles irão auxiliar os colegas com mais dificuldades a recompor a aprendizagem. De acordo com a coordenadora pedagógica do 6º ano do Fundamental ao 2º do Ensino Médio do Rio Branco, Carolina Sperandio, alguns alunos retornam ao ensino presencial com lacunas no aprendizado. “O ano de 2022 foi desafiador, de readaptação dos alunos ao convívio escolar. A escola fez um diagnóstico das principais dificuldades dos estudantes e agora, em 2023, irá implantar esta nova ação com o apoio dos alunos de alta performance”, disse a coordenadora à reportagem.

O Colégio Rio Branco tem para 2023 também a implantação de um trabalho de mediação de conflitos. Alguns alunos, com perfil mais pacificador, representantes de salas, participaram de um curso no ano passado para aprender a ajudar os seus colegas a lidar com questões emocionais, que acabam dificultando a aprendizagem. “Depois de dois anos longe da escola, alguns alunos tiveram dificuldades a voltar ao convívio escolar. Nós os acolhemos, preparamos os estudantes que são referências para as turmas e agora vamos colocar em prática esse trabalho de mediação”, comentou a coordenadora.  

Outra escola que tem novidade para 2023 é o Colégio Leonardo da Vinci, localizado no bairro Alphaville, em Barueri. Um projeto que será implementado esse ano é a simulação de uma assembleia da ONU. Os alunos serão divididos em equipes para discutir temas globais relevantes. Os resultados dos debates serão apresentados nesta assembleia, que contará com a participação de uma escola da Angola.

Além disso, haverá a retomada do trabalho de criação de um projeto de lei para encaminhar ao programa Assembleia Jovem da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Os alunos se organizam em grupos e definem propostas para a criação de projeto lei. A melhor proposta é inscrita no programa da ALESP. “É uma ação bastante interessante, que proporciona a construção da consciência de cidadania. Ao definir uma proposta, os alunos acabam se envolvendo com o tema escolhido e ainda aprendem como funciona a política: o papel do legislativo, executivo e judiciário”, disse o Diretor do Ensino Médio do Colégio Leonardo da Vinci, Marco Antônio Xavier.

Outras escolas como o Colégio Mackenzie, localizado no bairro Tamboré, na cidade de Barueri terá algumas novidades para os alunos do Ensino Médio. A instituição implementará em 2023 novos conteúdos para compor a atual base curricular do Ensino Médio, implantada em todo País por exigência do governo federal.

Novo Ensino Médio
As escolas além de lidar com o desafio do retorno dos alunos ao ensino presencial, tiveram que implementar, durante a pandemia, o Novo Ensino Médio. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, com ampliação do tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e definiu uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, garante ao aluno uma oferta de diferentes possibilidades de escolhas de itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.

Na prática, os itinerários formativos são o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no Ensino Médio.  Com os itinerários, os estudantes podem se aprofundar nos conhecimentos de uma área do conhecimento (Matemáticas e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) e da formação técnica e profissional. As escolas têm autonomia para definir quais os itinerários formativos irão ofertar, levando em consideração a participação de toda a comunidade escolar.

O Novo Ensino Médio busca atender às necessidades e expectativas dos jovens ao fortalecer o protagonismo juvenil uma vez que eles mesmos escolhem o itinerário formativo no qual desejam aprofundar seus conhecimentos.

A nova base curricular contempla ainda o desenvolvimento de projetos de vida dos estudantes. A escola cria espaços e tempos de diálogo com os estudantes para mostrar, suas possibilidades de escolha, avaliar seus interesses e, consequentemente, orientando-os nessas escolhas.

O Colégio Mackenzie, por exemplo, realiza consultas aos seus alunos para oferecer novos itinerários, que na instituição é chamada de trilhas de conhecimento, e aprimorar as que já são ofertadas. Algumas das novidades são a inclusão de novos conteúdos na Trilha e Educação Financeira para atender os anseios dos estudantes. Essa trilha é oferecida nos três anos do Ensino Médio, sendo que em cada série os alunos recebem conteúdos diferentes.

A escola oferecerá pela primeira vez a trilha chamada Smart City. Os estudantes trabalharão com mobilidade urbana, que abordará entre outras temas o acesso aos idosos e a acessibilidade em geral. Outras trilhas novas são: a de astronomia, onde encontramos a química e de teatro. “As trilhas permitem uma formação mais integral com o desenvolvimento de competências técnicas e de inteligência emocional, que chamamos de Soft Skills”, disse a coordenadora do Ensino Médio do Colégio Mackenzie, Sandra Ferrari.

A coordenadora Sandra Ferrari vê de forma positiva a introdução do Novo Ensino Médio. “Os alunos se sentem motivados a escolher a trilhas de seu interesse. Além disso, possibilita um maior protagonismo e envolvimento”, disse a coordenadora Sandra Ferrari.  “A metodologia do Novo Ensino Médio é totalmente diferente, pois trabalha o desenvolvimento de competências. Os alunos não são meros espectadores, como acontecia no ensino tradicional”, disse ela. A coordenadora ainda ressalta que para funcionar, os alunos precisam de um novo perfil. Eles devem estar sempre buscando aprofundar o conhecimento.

O coordenador do grupo de trabalho do Ensino Médio do Colégio Rio Branco, Caio Mendes Santos acredita que o novo Ensino Médio pode contribuir bastante para estimular o protagonismo dos alunos e aproximá-los mais do mundo real. “A proposta é interessante, mas pode aprofundar a desigualdade, pois nem todas as escolas do Brasil estão preparadas. Elas precisam se conectar ao mundo real e treinar os professores para esse novo ensino, que exige um protagonismo muito maior do estudante”, disse o coordenador.

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