Ao todo, 51 pedidos foram deferidos pela USP. Os alunos concorriam às 2.067 vagas destinadas para pretos, pardos e indígenas; saiba mais
A Universidade de São Paulo (USP) recebeu 204 pedidos de recursos de candidatos que tiveram autodeclaração racial negada neste ano. Deste total, 51 pedidos foram deferidos. Os alunos concorriam às 2.067 vagas destinadas para pretos, pardos e indígenas que estudaram em escola pública.
A instituição de ensino superior não comparou o número de requisições deste ano com o do ano anterior. As informações foram divulgadas no domingo (3), pelo jornal “Folha de São Paulo”.
Nesta semana, dois estudantes moveram processos contra a universidade, por perderem vagas, das quais foram aprovados, após a comissão decidiu que não são considerados pardos.
Além disso, um grupo formado por quase cem estudantes que perderam a admissão à USP, em virtude de terem tido suas autodeclarações vetadas, também se mobiliza para entrar com uma ação coletiva contra a universidade.
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Por meio de nota, a USP justificou o modelo que utiliza para averiguar as políticas de cotas e para a avaliação dos candidatos.
“O desenho da política tem revelado a sua eficácia, respondido às metas e mostrado que os critérios acordados não se confundem com um tribunal racial, mas com a efetividade de uma política pública fundamental para o Brasil”, explicou à instituição à Folha de São Paulo.
Reitor da USP diz que vai aprimorar análise de processo
Na terça-feira (5), o reitor da USP, Carlos Carlotti Junior, afirmou que a universidade irá “debater para corrigir e aprimorar” o processo de análise de estudantes que se autodeclaram pretos e pardos para ingressar na instituição por meio do sistema de cotas raciais. A declaração foi dada à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
Entre as propostas apresentadas, está a de realizar as entrevistas presencialmente com todos os candidatos, substituindo o formato virtual, mesmo que isso acarrete um custo financeiro para a instituição de ensino. O processo é adotado para evitar fraudes, no qual, uma comissão da universidade avalia a veracidade das informações.

“A ideia era facilitar a conversa com estudantes que moram longe de São Paulo”, explica o gestor educacional.
Na banca avaliadora, segundo a USP, são analisados apenas aspectos fenotípicos, como cor da pele, tipo do cabelo e formato do nariz e boca, e tenta identificar se essas características são das comunidades negras, indígenas ou pardas.
“São cerca de 200 candidatos por ano nessa situação. É mais barato arcar com o custo das viagens do que deixar qualquer dúvida no ar e expor a instituição”, completa Carlotti.
*com informações dos portais de notícia Folha de São Paulo e Terra
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