A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quarta-feira (26), três mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de Carapicuíba, Cotia e Itapevi contra suspeitos de integrar um grupo criminoso especializado em fraudes e corrupção, formado inclusive por um funcionário público em exercício, advogados e intermediários. A operação foi batizada de Captionem.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Osasco, sendo dois de prisão preventiva, uma de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão, em agências do INSS, escritórios e residências dos envolvidos no suposto esquema.
Segundo a PF, por meio de investigações foi possível descobrir que os criminosos se aproveitavam de pessoas humildes, sem acesso a computadores, smartphones, scanners e internet, as quais tinham que se dirigir ao INSS para serem atendidas e terem seus documentos digitalizados. O agente público envolvido atendia essas pessoas, mas deixava de anexar os documentos escanceados no processo concessório digital, de modo a provocar o seu indeferimento. As pessoas, lesadas e desesperadas com o indeferimento, voltavam ao INSS e procuravam pelo funcionário, o qual apontava um escritório de advocacia, do qual era sócio, como solução.
Se o atendimento fosse bem prestado, a concessão do benefício, que deveria ser gratuita e mais célere, ocorria muito tempo depois, mediante uma decisão judicial, com incidência de honorários advocatícios arcados pelos segurados.
Durante as investigações também foram encontrados indícios de falsificação de documentos, que foram ou seriam usados em estelionatos previdenciários, bem como de corrupção, pois houve o recebimento de vantagens indevidas pelo empregado público, que fornecia informações privilegiadas ou agilizava processos para escritórios de advocacia. As apurações apontam para o cometimento dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informação, estelionato previdenciário, corrupção e associação criminosa.
Participaram da ação 30 policiais federais e o nome Captionem significa armadilha, pois as pessoas que eram atendidas pelo servidor caiam numa espécie cilada.
*Com informações da Agência Brasil.