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Projetos garantem inclusão e acessibilidade a idosos em empreendimentos

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Esta tendência é impulsionada pela mudança no perfil das famílias (Divulgação/Freepik)

Três escritórios de arquitetura de projetos da região enfatizam o que especificaram para garantir mais autonomia e o bem-estar dos moradores

O mercado imobiliário tem criado projetos que levam em conta as necessidades especiais na mobilidade de idosos, como rampas de acesso e espaços mais amplos. “Com o envelhecimento crescente da população, a demanda por imóveis que ofereçam conforto, segurança e acessibilidade está aumentando”, afirma Camila Pupo, sócia do escritório Rubio Luongo Arquitetos, responsável pelo projeto do empreendimento Aura Tamboré, da CNL Incorporadora.

Para Camila, esta tendência é impulsionada pela mudança no perfil das famílias, que buscam garantir a autonomia e o bem-estar dos membros mais velhos. “O conceito de Aging in Place permite que as pessoas permaneçam onde vivem, proporcionando grandes vantagens, como manter o senso de conexão, segurança e familiaridade, além de estar intimamente relacionado com o nosso senso de identidade e autonomia”, ressalta ela. Aging in Place é um conceito de moradia norte-americano que significa a capacidade de envelhecer em casa e na comunidade de forma independente e segura.

O projeto do Aura Tamboré inclui espaços comuns acessíveis, com rampas e pisos nivelados, garantindo que pessoas com mobilidade reduzida possam circular livremente. Os elevadores tem portas largas e tempo de abertura prolongado, para que pessoas com andadores ou cadeiras de rodas possam entrar e sair com segurança. Área de aproximação nas portas de uso comum e banheiros adaptados com barras de apoio e área de transferência, de acordo com as normas de acessibilidade, também foram especificadas no projeto. “Todas as tipologias das unidades residenciais foram criadas a fim de atender à adaptação razoável e ao desenho universal, conforme decreto federal 9.451/2018”, explica Camila. O decreto faz parte da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência nº 13.146/2015.

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Projetos: plantas permitem mais funcionalidade

O arquiteto Luiz Eduardo Oliveira, diretor da LE Arquitetos, responsável pelo projeto do empreendimento Terrah, da MPD Engenharia também considera a criação de projetos voltados para os mais velhos uma tendência no País. Além da Lei nº 13.146/2015, Oliveira cita a Norma Brasileira de Acessibilidade a edificação, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos ( ABNT NRB 9050). “Ambas garantem a necessidade de projetarmos ambientes adequados para as pessoas com algum tipo de deficiência, incluindo os idosos”, explica o o profissional.

No empreendimento Terrah, as plantas dos apartamentos têm a possibilidade de adaptação e melhor funcionalidade. Outra característica é que as áreas comuns possibilitam o fácil acesso por meio de rampas ou elevadores. Além disso, há espaços com uso voltados para o bem estar e à prática esportiva, como piscina, academia, quadras, sala de massagem e sauna com área de descanso.

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Espaços de pilates surgem nos projetos (Divulgação/Freepik)

Espaços pensados para todos

Bruna Cagnacci, sócia diretora da Faisal Paisagistas, responsável pelo paisagismo do KA’A Home Boutique, uma parceria entre a CNA Spitaletti e a RSF Empreendimentos, localizado em Alphaville, Barueri, concorda com os profissionais. “A inclusão é, sim, uma tendência. Finalmente os espaços são pensados para todos. Não podemos dizer que 100% dos projetos tem essa preocupação, mas já vimos um grande avanço nesse quesito em todos os projetos realizados”, afirma Bruna, que acrescenta: “Por incrível que pareça, ao nosso ver, os projetos nacionais por muitas vezes tem mais esse cuidado do que os internacionais. Inclusive em relação aos revestimentos usados evitando situações escorregadias.”

No empreendimento KA’A Home Boutique, o acesso principal pode ser realizado por escada e por rampas com dimensões muito confortáveis para os idosos. “Temos também o acesso à piscina, realizado através de uma cadeira hidráulica acionada eletronicamente ou, caso o morador tenha um pouco mais de flexibilidade, por uma escada submersa. Isto facilita não só o acesso ao tanque principal, mas principalmente a saída, o que, muitas vezes, é a parte mais complicada do acesso do idoso à piscina. Revestimentos anti-derrapantes também são muito importantes para atender esse publico especifico”, destaca a profissional.

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Os elevadores estão mais amplos (Divulgação/Freepik)

Dicas valiosas

A arquiteta Flavia Saldon afirma que há uma grande procura na região por casa térrea por questão de locomoção. “Buscam-se plantas sem degrau, evitando-se as dificuldades causadas no dia a dia com escadas”, explica Flavia.

No caso de apartamentos, muitas plantas atuais possuem portas menores e estreitas, além de ambientes mais compactos. “Este tipo de imóvel exige também móveis mais compactos e em menor quantidade. Isto é essencial para que o idoso tenha espaço para circular”, diz ela. Devem-se evitar tapetes para não tropeçar.

No banheiro, deve-se retirar degraus e optar por um acabamento similar a uma pequena rampa, evitando-se topar com o degrau e, consequentemente, se machucar. Em suítes com portas estreitas, utilizadas por pessoas acamadas e que usam cadeira de rodas, o ideal é retirar a porta do banheiro. “Pode ser instalada uma porta de correr do lado de fora”, acrescenta a arquiteta.

Banheiros compactos costumam ter box de canto. “Como o idoso pode bater na parte de vidro e se machucar, o recomendável é retirá-lo”, explica Flavia. O ideal é o box no fundo do banheiro, sem o vidro ou com vidro laminado que, ao quebrar, gruda na película que o envolve e não estilhaça. Além disso, o banheiro deve ter, sempre, barra de proteção e banco para o idoso se sentar.

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Barras de proteção em banheiros são essenciais (Divulgação/Freepik)

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