Comentários sobre a vida pessoal, comunicação de falecimento e até ameaças de morte são alguns dos casos que foram parar na delegacia envolvendo políticos da região, vítimas de fakenews (notícias falsas) divulgadas pelas redes sociais nos últimos dias.
O caso mais recente aconteceu no domingo, 31, quando passou a circular postagens informando o falecimento do ex-prefeito de Osasco Jorge Lapas (PDT), vítima de um acidente de carro. Diante da repercussão, Lapas registrou um Boletim de Ocorrência de injúria, na Delegacia de Crimes Cibernéticos, para descobrir o autor da publicação e qual a intenção do envolvido. Ele diz que não crê que os boatos tenham fundo político. “Acredito que ninguém ganha espalhando esse tipo de boato, mas procurei a polícia para chegar ao autor e também para proteger minha família, que ficou assustada com esse ato”, disse.
Em Barueri, alguns vereadores criticaram o uso de fake news, porém o caso mais grave envolve o presidente da Câmara, o vereador Fabião (PCdoB). O parlamentar diz que a família sofreu ameaças de morte. “Falaram que matariam minha esposa e filha, mas já procurei a delegacia e registrei um boletim”, disse, revelando que o outro caso foi registrado no Deic. “Alguns anônimos utilizam as redes para manchar nossa imagem, mas acionarei judicialmente todos”, completa Fabião. Também existem queixas sobre fake news feitas por parlamentares de Osasco e Cotia.
Fake news rendem multa e processo
O Brasil ainda não tem legislação específica sobre o tema, mas quem cria ou espalha mentiras pode ser responsabilizado legalmente. No âmbito civil, o autor ou difusor de notícia falsa pode ser condenado a pagar indenização por danos morais.
Para o sociólogo e cientista político Rodrigo Prando, as eleições de 2018 consolidaram o uso das fake news. “As notícias falsas sempre estiveram ligadas à política, mas as redes sociais potencializaram os impactos. Sabemos que é difícil chegar ao autor, mas é importante o registro do caso como forma de proteção”, explica.






