Além do padre de Osasco, conforme a Polícia Federal, outras 37 pessoas foram indiciadas no processo; confira mais detalhes do caso
A Polícia Federal (PF) encerrou, nesta quinta-feira (21), a investigação que apurou a existência de uma suposta tentativa de golpe, em 2022, para evitar a posse de Lula como presidente. Entre os nomes, está um padre de Osasco.
O acusado, José Eduardo de Oliveira e Silva, integra a diocese osasquense e, conforme as investigações, teria participado de uma das reuniões sobre o plano golpista no Palácio do Planalto.
Além do sacerdote, outras 37 pessoas foram indiciadas no processo. Conforme a PF, a reunião ocorreu no dia 19 de novembro de 2022 e contou ainda com a presença do ex-assessor para Assuntos Internacionais Filipe Martins, e do advogado Amauri Feres Saad.
O sacerdote foi alvo de mandado de busca e apreensão pela PF em 8 de fevereiro de 2024. Na ocasião, o padre foi apontado como suspeito de integrar o “núcleo jurídico” que daria apoio ao movimento. No último dia 8 de novembro, o líder religioso prestou depoimento na unidade da Polícia Federal, na capital paulista.
Segundo o portal “Metrópoles”, o padre nega ter participado de debates com Bolsonaro sobre um golpe. Martins e Saad também foram indiciados pela Polícia Federal nesta quinta.
Padre de Osasco indiciado pela PF: mais detalhes das investigações
O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o indiciamento de 37 pessoas, das quais estava o padre de Osasco, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
“As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, explicou a PF, por meio de nota.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu ao órgão federal a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela; e
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, reiterou a Polícia Federal.
Padre de Osasco indiciado pela PF: quem é José Eduardo de Oliveira e Silva
O padre José Eduardo, membro do segmento conservador da Igreja Católica, celebra seu 18º ano de sacerdócio em 2024. Ele serve como pároco na Paróquia São Domingos – o Pregador, localizada no bairro Umuarama, zona sul de Osasco.
Conhecido nas redes sociais por gravar vídeos no Youtube, debatendo temas como guerra cultural, aborto e a influência ruim das músicas e divas pop na vida de crianças e adolescentes, o religioso é doutor Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma, Itália).


Paroco é doutor em Teologia Moral por universidade da Itália (Reprodução/Redes Sociais)
O padre de Osasco já teceu críticas a cantoras como Madonna e Luiza Sonza. Desta última, via um vídeo, ele analisou a letra das músicas e o simbolismo de clipes de canções como “Campo de Morango”. “É de uma baixaria que a gente fica realmente constrangido”, disse.
O padre de Osasco é conhecido por acompanhar canais e podcasts de destaque no espectro político da extrema-direita, incluindo conteúdos produzidos pela Brasil Paralelo e o canal do economista alinhado ao bolsonarismo Rodrigo Constantino.
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