Isento de emissão de poluentes, projeto busca introduzir a tecnologia no mercado e promover a sua adoção em larga escala. Veja os detalhes
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e a Universidade de São Paulo (USP) deram início a um programa revolucionário que trará, no futuro, ônibus movidos a célula de combustível de hidrogênio para a operação do transporte público.
O lançamento aconteceu em cerimônia realizada no último dia 10 de agosto, na Cidade Universitária, em São Paulo. O projeto marcou a apresentação da primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável, obtido a partir do etanol, no mundo.
Hidrogênio verde
Uma área de 425 metros quadrados, localizada na Cidade Universitária, abrigará a planta-piloto. Essa área será equipada com reservatórios de etanol e hidrogênio, laboratório, sala de controle e um reformador com capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio verde por meio do etanol. A expectativa é que a estação experimental esteja em pleno funcionamento até o final do primeiro semestre de 2024.
Durante o período de operação da estação experimental, os pesquisadores realizarão a validação dos cálculos relacionados às emissões e aos custos envolvidos no processo de produção de hidrogênio.
Na prática, a estação terá como objetivo aprimorar a eficiência da produção de hidrogênio verde, com o propósito de preparar o terreno para a futura adoção em larga escala dessa tecnologia no mercado.
EMTU e empresas parceiras
A iniciativa é fruto de uma colaboração entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI – Research Centre for Greenhouse Gas Innovation) da USP e empresas privadas do setor.
A planta piloto, composta por edifício, instalações e equipamentos, está programada para produzir 5 kg/hora de hidrogênio a partir de etanol no primeiro semestre de 2024. Esse suprimento será destinado a abastecer três ônibus e um veículo sedã movidos por células de combustível, que geram eletricidade internamente por meio do hidrogênio.
Esses veículos estarão circulando pelo campus da USP, contribuindo para a sustentabilidade e autossuficiência da instituição. O primeiro ônibus já entrará em operação ainda neste ano. O financiamento do projeto é viabilizado pela SHELL, com a participação da Raízen, SENAI, Hytron e Toyota.
A EMTU cedeu os ônibus e a fabricação ficou a cargo da Marcopolo. A USP será responsável pela operação e manutenção da tecnologia, supervisionada pela EMTU, que acompanhará a operação diária dos veículos na Cidade Universitária.
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A tecnologia empregada envolve ônibus equipados com células de combustível de hidrogênio, movidos por motores de tração elétrica. Essas células transformam o hidrogênio armazenado em eletricidade, alimentando diretamente o motor. A tecnologia é livre de emissões de poluentes locais e gases de efeito estufa, contribuindo para melhorar as condições ambientais e, consequentemente, a saúde da população.
“Um ônibus puramente elétrico tem autonomia menor que 200 km e demora oito horas para carregar, além de ter duas toneladas de bateria. Com o hidrogênio, o ônibus fica mais leve e pode ser recarregado em cinco minutos. É o tempo que se abastece um ônibus convencional à diesel”, afirma Julio Meneghini, diretor executivo e científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI).
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