Perito do Instituto de Criminalística foi condenado a três anos de prisão convertida em prestação de serviços à comunidade pelo crime de perícia falsa
A juíza Carolina Hispagnol Marchi, da 1ª Vara Criminal de Carapicuíba, condenou por perícia falsa o perito do Instituto de Criminalística Hélio Rodrigues Ramaciotti, responsável pelo laudo do acidente de helicóptero ocorrido em 2015, na cidade de Carapicuíba, que matou Thomaz Alckmin, filho do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e mais quatro pessoas.
O perito foi condenado a três anos de prisão, no entanto, a sentença foi convertida em prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo (R$ 1.320) a uma entidade pública ou privada com destinação social.
“A gravidade em concreto do delito perpetrado pelo agente público, que o praticou no exercício de suas funções como perito criminal, demanda resposta estatal diferenciada. Nota-se que o réu traiu a confiança nele depositada pelo Instituto de Criminalística de São Paulo e pelos cidadãos, praticando os fatos com violação ao dever para com a Administração Pública e em procedimento de grande notoriedade e repercussão”, diz a sentença.
Segundo relatório da promotora de Justiça Sandra Reimberg, o perito errou a certificação da aeronave, apontou que chaves do helicóptero estavam em posições adequadas para voo (quando as fotos teriam mostrado que não) e atestou que uma das chaves, chamada Trim Feel, estava operante, o que também estava em desacordo com as fotos, entre outras imprecisões.
Além disso, ainda de acordo com a promotora, ele copiou trechos inteiros de pareceres referentes a outros temas, de autoria do Instituto de Aeronáutica Espacial (IEA), do Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial (DCTE) e do Comando da Aeronáutica, sem citar as fontes, no laudo do acidente do helicóptero.