A revelação foi feita pelo estudo ‘Piores Cidades Para Ser Mulher’, em que se avaliam 319 municípios sobre igualdade de gênero
Em sua 1ª edição, o estudo ‘Piores Cidades Para Ser Mulher’ revela um cenário alarmante: nenhuma cidade brasileira alcançou um índice satisfatório de igualdade de gênero. Elaborado pela Tewá 225 – negócio de impacto positivo que traz soluções para os desafios socioambientais das empresas, organizações e governos -, o relatório aponta que 85% dos municípios com mais de 100 mil habitantes têm níveis considerados “muito baixos” neste tópico.
Das 15 cidades cobertas pelo Jornal Giro, apenas dez foram analisadas no estudo de igualdade de gênero. Osasco e a capital paulista registraram índice Baixo na igualdade de gênero. Já Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba, Jundiaí e Taboão da Serra obtiveram o pior índice, o Muito Baixo.
“Expor as piores cidades para as mulheres é trazer à tona questões frequentemente negligenciadas, que demandam uma atenção urgente. Neste momento de renovação dos mandatos das prefeituras e do legislativo municipal, este estudo se apresenta como uma ferramenta para que os novos gestores compreendam as disparidades que ainda persistem identificadas na pesquisa e adotem políticas públicas mais assertivas. Nossa expectativa é que este ranking seja um ponto de partida para ações concretas, impulsionando as gestões a promoverem mudanças reais e a construírem um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres brasileiras” explica Luciana Sonck, CEO da Tewá 225 e coordenadora executiva do estudo.
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Igualdade de gênero: top 10 melhores e piores cidades
No ranking das piores cidades brasileiras, Paranaguá (PR), São Pedro da Aldeia (RJ) e Camaçari (BA) destacam-se como as mais desafiadoras para o sexo feminino, com altas taxas de feminicídio, baixa representação política feminina e economias fortemente voltadas aos setores agropecuário e industrial, onde historicamente as oportunidades para mulheres são mais limitadas e as condições de trabalho são menos favoráveis.
Paranaguá possui economia dominada pelas atividades portuárias e agroindustriais. O mercado de trabalho é predominantemente masculino: as mulheres representam apenas 35,3% dos cargos formais e recebem salários mais baixos que os homens.
A lista das piores cidades para mulheres no Brasil contém 50% delas situadas nas regiões Norte e Nordeste e 50% no eixo Sul-Sudeste. Além de Paranaguá, São Pedro da Aldeia e Camaçari, surgem entre as dez Macaé (RJ, 4º lugar), Parauapebas (PA, 5º), Cabo de Santo Agostinho (PE, 6º), Pindamonhangaba (SP, 7º), Açailândia (MA, 8º), Santana (AP, 9º) e Ponta Grossa (PR, 10º).
Já entre o top 10 das melhores cidades para o sexo feminino, 80% encontram-se no eixo Sul-Sudeste:1º Araras (SP); 2º São Caetano do Sul (SP), 3º Brasília (DF), 4º Nova Serrana (MG), 5º Balneário Camboriú (SC), 6º Nova Friburgo (RJ), 7º Londrina (PR), 8º Birigui (SP), 9º Sobral (CE) e 10º Brusque (SC).
O levantamento de igualdade de gênero também revela as cidades mais inclusivas para as mulheres, com destaque para municípios que investem em infraestrutura de segurança, educação e políticas públicas que promovem a participação feminina na política e no mercado de trabalho. Araras (SP), 1ª colocada, possui Conselho Municipal de Direitos da Mulher.
Estes municípios, com economias diversificadas, estão concentrados principalmente nas regiões Sul e Sudeste, com exceções como Sobral (CE) e Brasília (DF).

Sobre o estudo
O objetivo principal do estudo foi avaliar como cada cidade contribui para criar um ambiente seguro e justo para as mulheres, com base na análise de 319 municípios com mais de 100 mil habitantes, que representam cerca de 60% da população urbana do Brasil.
Foram analisados os seguintes indicadores: representatividade política, presença de mulheres que não estudam e nem trabalham, feminicídio, desigualdade salarial, a relação entre o perfil econômico das cidades, com especial atenção ao impacto do agronegócio no contexto regional.
O levantamento foi realizado por meio de dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) e com foco nos indicadores do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5) da ONU: taxa de feminicídio a cada 100 mil mulheres; desigualdade salarial por sexo, percentual de mulheres na câmara de vereadores; taxa de mulheres jovens de 15 a 24 anos que não estudam e nem trabalham; diferença percentual entre homens e mulheres que não estudam e nem trabalham.
São cinco faixas de desempenho: Muito Baixo, Baixo, Médio, Alto e Muito Alto. Cada indicador foi pontuado de 0 a 100, considerando recortes como raça, regionalidade, biomas e economia que impactam as oportunidades disponíveis para as mulheres.
Confira o estudo completo aqui.
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