Na noite de terça-feira (1°), Dr. Sato (PSDB), prefeito eleito de Jandira, participou de uma entrevista exclusiva no estúdio GiroPlay, na sede do jornal Giro S/A, em Osasco. Na conversa, estiveram presentes o editor-chefe do Giro, João Felipe Cândido e o apresentador Adriano Timothy.
A entrevista faz parte de uma série que o GiroPlay vai promover com os prefeitos eleitos das 11 cidades da região oeste da Grande São Paulo que fazem parte do Cioeste.
A seguir, confira os melhores momentos do encontro. O link da entrevista completa está no final da reportagem.
Dr. Sato, qual sua opinião sobre a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19?
O ser humano é um ser inteligente, que vê o que é melhor ele, para sua existência e a para a continuidade da vida humana. Então, ele vai acreditar em Deus e vai acreditar nas ações científicas do ser humano e pronto. Uma vez que chegou a vacina, como cientista, eu recomendo, mas não vou obrigar ninguém a tomar.
Na possibilidade de uma segunda onda, o senhor acredita que o lockdown pode ser uma medida necessária?
Eu creio que não há eficácia. Foi comprovado que os efeitos colaterais dessa medida são muito mais prejudiciais à sociedade e ao ser humano do que você fazer uma coisa bem organizada. Precisamos nos disciplinar cada vez, pois uma das formas de combater o vírus é isso. Aprendi muito com essa situação: procurei me policiar mais, não apenas como médico, mas como pessoa.
Essa foi a quarta vez que o senhor se candidatou ao cargo de prefeito de Jandira. Por que insistiu tanto, considerando que o senhor tem uma carreira médica bem consolidada?
Eu nunca encarei a política como parte integrante da minha pessoa, pelo contrário: procurei fazer parte, pois sempre acreditei que política deve ser ocupada por quem possa contribuir com algo positivo para a sociedade. Se não, se deixar esse espaço vazio, outras pessoas, muitas vezes até duvidosas, podem ocupá-lo. Então procuro dizer a quem diz não gostar de política, que tudo é política e se você não ocupar aquele espaço, aquela cadeira jamais ficará vazia. Então, sempre procurei participar nesse sentido: ocupar um espaço para contribuir e melhorar a minha vida e a do próximo.
Dr. Sato, o seu partido, o PSDB, obteve um bom desempenho nestas eleições em todo o país. Na região, elegeu 22 vereadores e quatro prefeitos. O fato de o senhor estar no mesmo partido do governador do estado poderá beneficiar sua gestão de alguma forma?
Sem dúvida! Na fase de conversas para determinar em que partido estar filiado para contribuir com o município, conversei com grandes líderes da região, como o prefeito de Barueri, Rubens Furlan. Expliquei a ele a situação e quis um partido para disputar as eleições e, logrando êxito, termos o melhor caminho para que Jandira seja contemplada em termos de emendas, apoio do governo do estado, de deputados federais e assim por diante. Foi aí que nasceu a ideia de eu fazer parte do PSDB, por orientação do líder maior, Rubens Furlan. Agora, Jandira está alinhada ao governo do estado, e tenho certeza de que teremos apoio do governador e de toda a região, uma vez os prefeitos também estão todos alinhados ao governo do estado, desde Osasco até Pirapora do Bom Jesus.
Durante as eleições, em entrevista concedida ao Giro, o senhor afirmou que “mais de 70% dos problemas da cidade estão relacionados à saúde”. Como o senhor fará para melhorar a infraestrutura e o atendimento médico?
Muitos dos desafios do coronavírus deste ano vão nos influenciar no próximo ano, porque o comércio esteve prejudicado, então o ICMS estadual para repasse municipal vai diminuir. Ou seja, os recursos estarão menores para podermos trabalhar em todos os segmentos do município. Mas na questão da saúde, vamos trabalhar no que Jandira não tem: um Pronto-socorro. De imediato, temos que instalar um para salvar vidas. Ao mesmo tempo, Jandira não tem um espaço para futuras mães ganharem seus nenês. Um espaço para um parto humanizado e associado a uma sala cirúrgica para eventuais cesárias, que é a minha área, temos condições de fazermos isso. Futuramente, construir um hospital de média e baixa complexidade. Um hospital de alta complexidade, com 420 leitos, para socorrer a população, estará instalado em Barueri, que é um ponto estratégico, inclusive de terreno, de estrutura e também de injeção financeira.
Jandira é um dos municípios com o menor orçamento na região. Como o senhor conseguirá equilibrar as contas e fazer investimentos diante de um momento tão desafiador?
Não tem como inventar, mas tenho certeza que o básico temos como fazer. Ao mesmo tempo, vamos atrás de emendas fora do município: emendas parlamentares tanto do estado como da União, costurar convênios, e temos que ter criatividade e dar uma apertada. Sabemos que o orçamento está apertado, a pandemia afetou muitos municípios, a arrecadação caiu, mas ao mesmo tempo precisamos ir atrás de recursos.
O senhor é favorável ao retorno das aulas presenciais? Como pretende recuperar os meses perdidos durante a pandemia?
Sou a favor que volte às aulas. Vejo como outros países, como o Japão, fizeram com as escolas. Separaram as carteiras, as mesas. As crianças aprendem rápido, se falar para usarem máscara e álcool gel, elas vão usar. Mas elas precisam voltar a estudar, e o vírus vamos continuar enfrentando. Vai ficar enclausurado dentro de casa? Vamos ampliar as opções, utilizar a tecnologia para ajudar. Mas sem ir pra escola não dá pra ficar. Vim de um povo que investiu pesado na educação desde o século retrasado, e vemos a potência que o Japão é hoje.
Com empresas sendo fechadas, com dificuldades no âmbito financeiro, que medidas o senhor vai colocar em prática para gerar emprego e renda em seu mandato?
Vou ter diálogo aberto com a sociedade. Jandira tem um parque industrial favorável. Já tive reuniões com empresários, com donos de indústria e de comerciantes no geral. Vou continuar com esse diálogo, buscando soluções para dar condições para que eles permaneçam e invistam na cidade. Também vamos ver mecanismos de compensação tributária para empresas que quiserem se instalar em Jandira.