O número de óbitos por dengue foi de 2.072 em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Confira números das cidades cobertas pelo Giro e ações
Leia mais: Dengue: mortes crescem mais de 600% no Estado de SP e superam Covid-19Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue em 2024, com 6.068 óbitos em decorrência da doença. No mesmo período do ano anterior, foram 1,6 milhão casos prováveis, com 1.179 mortes confirmadas ao longo do ano. Ou seja, um crescimento de mais de 500% no ano passado em comparação a 2023.
Se pegarmos apenas o Estado de São Paulo, foram 293 óbitos por dengue em 2023, enquanto no ano passado esse número saltou para 2.072, aumento de quase 610%.
Quando comparamos com a Covid-19, o número de óbitos causados pela dengue superou o índice de mortes pelo novo coronavírus. Em 2024, 5.960 morreram por conta do SARS-CoV-2 no Brasil. Já no Estado de SP, esse número foi de 2.068, segundo o Ministério da Saúde, com dados contidos nas Secretaria Estadual de Saúde.
Em decorrência das altas temperaturas e fortes chuvas, que causam o acúmulo de água em superfícies como vasos de planta, pneus e lixeiras, o verão é a estação do ano mais propícia para que as fêmeas coloquem ovos e multipliquem os mosquitos. O Aedes Aegypti, além de transmitir a dengue, também causa o Chikungunya e a Zika, doenças que possuem sintomas parecidos e que também precisam de cuidados.
A dengue é uma doença que requer atenção. “São comuns sintomas como febre a partir de 39º graus, dores no corpo e nas articulações, atrás do olhos, erupções cutâneas na pele, náuseas e vômitos. E, apesar de muitas pessoas se automedicarem, é necessário acompanhamento médico, pois o agravamento da doença pode levar ao óbito”, explica Marcelo Bechara, clínico geral, cirurgião e especialista em medicina integrativa.
Caso os sintomas apareçam, é preciso buscar o serviço médico.
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Dengue: capital paulista lidera
Das 15 cidades cobertas pelo Jornal Giro, São Paulo lidera no número de óbitos pela doença nos dois períodos, com 10 em 2023 e 474 no ano passado. Em seguida vem Osasco, que registrou 20 mortes por dengue em 2024 contra zero casos no ano anterior.
Já em Jundiaí, 16 pessoas faleceram em decorrência da doença no ano passado. Em 2023, foi apenas 1. São Roque registrou, ao todo, 5 óbitos: nenhum em 2023 e 5 no ano passado.
Confira, na tabela abaixo, a quantidade de mortes nos outros 11 municípios:
Cidade | Óbitos por dengue em 2025 (até 15/1) | Óbitos por dengue em 2024 | Óbitos por dengue em 2023 |
Araçariguama | 0 | 0 | 0 |
Barueri | 0 | 3 | 0 |
Cajamar | 0 | 4 | 0 |
Carapicuíba | 0 | 4 | 0 |
Cotia | 0 | 5 | 0 |
Itapevi | 0 | 4 | 0 |
Jandira | 0 | 2 | 0 |
Pirapora do Bom Jesus | 0 | 0 | 0 |
Santana de Parnaíba | 0 | 3 | 0 |
Taboão da Serra | 0 | 0 | 0 |
Vargem Grande Paulista | 0 | 2 | 0 |
Fonte: Ministério da Saúde

Ações e vacina nas cidades
Algumas localidades têm realizado mutirões para combater a doença com o objetivo de reforçar as medidas preventivas para eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. Em Osasco, por exemplo, as equipes do Núcleo de Controle de Zoonoses/Arboviroses percorreram as ruas da cidade, intensificando as ações de combate ao mosquito. É fundamental que a população receba os agentes para visitas técnicas em residências e estabelecimentos comerciais. Os moradores contam também com a Central 156 para denunciar focos de dengue.
Já em Santana de Parnaíba, desde outubro de 2024, a prefeitura vem intensificando gradualmente as ações de combate, com atividades diárias em todo o município. As medidas incluem visitas domiciliares, monitoramento constante, mutirões de limpeza, atendimento às denúncias, campanhas educativas voltadas à conscientização da população, inclusive nas escolas, e a organização dos serviços de saúde para acolher pacientes com suspeita de dengue. Além disso, os Agentes de Combate às Endemias (ACEs) recebem treinamentos contínuos para atender casos suspeitos, realizar coletas em locais com potenciais criadouros e encaminhar amostras para análise.
A vacina contra a dengue está disponível nas Unidades Básicas e Avançadas de Saúde de Santana de Parnaíba, sendo aplicada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta o maior número de hospitalizações no Brasil. O Ministério da Saúde incorporou essa vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2023. A vacina é administrada em duas doses, com intervalo de três meses, e o Brasil é o primeiro país a disponibilizá-la de forma universal no sistema público de saúde.
Em Barueri, o mutirão mais recente foi no bairro Parque Imperial, onde as equipes passarão pelas ruas Nelson Gonçalves, Cristóvão Colombo, Di Cavalcante, Henrique Dias e José do Patrocínio, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 15h.
Em caso de dúvidas, o morador de Barueri pode entrar em contato com a Divisão Técnica de Controle de Vetores/ DTCV – Combate à Dengue, localizada na rua Anhanguera, 200, Centro, ou através dos telefones (11) 4198-5679 e (11) 4198-0424 ou do e-mail: saude.vsdengue@barueri.sp.gov.br.
Itapevi está com um cronograma de mutirão de combate à dengue até o mês de maio, sempre das 8h às 14h. O próximo será dia 25 de janeiro (sábado), no bairro Vila Santa Rita. Confira a programação completa acessando o link (clique aqui).

Como evitar a proliferação do mosquito
- Elimine água parada;
- Mantenha a tampa da caixa d’água bem fechada;
- Remova folhas e galhos das calhas;
- Mantenha tonéis e barris de água tampados;
- Coloque areia nos pratinhos dos vasos de plantas;
- Guarde garrafas sempre de cabeça para baixo;
- Abrigue pneus velhos em locais cobertos; e
- Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira fechada.

Plano de Contingência
O Governo de São Paulo apresentou, na quarta-feira (15), o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas 2025/2026, com as principais estratégias, ações e recomendações de combate à dengue, chikungunya e Zika. Ele possui uma nova metodologia para acompanhamento dos casos e de resposta no atendimento aos pacientes.
A Vigilância Epidemiológica apontou que há a prevalência do sorotipo 3 circulando desde o fim do ano passado, identificado pelas 71 unidades sentinelas que monitoram a circulação do vírus da dengue, do tipo 1 ao 4, em todo o território paulista.
Segundo Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES, o plano considera cenários de mobilização e alerta regional, conforme o número de casos suspeitos e confirmados em períodos de quatro semanas consecutivas. “A classificação dos cenários considera a média histórica de casos dos últimos dez anos nas regiões. Temos um painel em tempo real mostrando todos os números, gerando mapas por semanas epidemiológicas e tudo isso dá mais transparência de como o Governo do Estado tem lidado com o combate às arboviroses”, explica Lang.
A plataforma apresenta novos painéis para ampliar a transparência na consulta dos casos por dengue e chikungunya no Estado, por meio do dengue.saude.sp.gov.br. Os dados estão disponíveis para todos os usuários e são atualizados em tempo real, mostrando números detalhados das doenças, inclusive por região e por sorotipo da dengue.
Outra ferramenta é o portal “Dengue 100 Dúvidas” com as cem perguntas mais frequentes sobre dengue, chikungunya e Zika nos buscadores da internet. A ferramenta desmistifica as fake news que circulam nas redes sociais e orienta a população sobre as doenças. O acesso está disponível no seguinte link: www.dengue100duvidas.sp.gov.br.

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