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Decisão sobre prisão de Fernando Collor é transferida para plenário físico

Ex-presidente Fernando Collor permanecerá preso até a data do julgamento em plenário presencial do STF (Divulgação)

Ministros podem antecipar voto no plenário virtual até as 23h59 desta sexta, porém decisão final será em plenário físico. Fernando Collor permanecerá preso; ainda não há data para o julgamento

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (25) transferir para o plenário físico da Corte o julgamento que analisa a validade da ordem de prisão do ex-presidente Fernando Collor, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Com essa movimentação, conhecida como “destaque”, o processo deixa de ser analisado exclusivamente no plenário virtual e passa a depender de uma deliberação presencial dos ministros. Até o momento, o placar no ambiente virtual está em 4 a 0 pela manutenção da prisão de Collor. Votaram nesse sentido os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

Apesar do destaque feito por Gilmar Mendes, os demais integrantes do STF ainda podem registrar seus votos no sistema eletrônico até as 23h59 desta sexta-feira. No entanto, o julgamento será finalizado somente quando for discutido presencialmente. Enquanto isso, o ex-presidente segue detido.

Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em ação penal decorrente da Operação Lava Jato. Na quinta-feira (24), Moraes rejeitou, em decisão individual, os últimos recursos apresentados pela defesa — que, segundo o ministro, tinham o único propósito de adiar o cumprimento da pena.

O caso Collor

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Fernando Collor ao STF em agosto de 2015 pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato e obstrução de Justiça. No entanto, ao aceitá-la em 2017, a Corte excluiu as acusações de peculato e obstrução. Já na condenação, em 2023, considerou prescrito o crime de organização criminosa.

Na denúncia, a PGR apontava um esquema de corrupção envolvendo contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras à época. Conforme os investigadores, Collor teria usado sua influência política para indicar diretores à empresa e facilitar acordos que beneficiaram empresas específicas, recebendo em troca cerca de R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014.

Embora a acusação inicial estimasse um valor de R$ 29,9 milhões, o STF reconheceu como comprovado o recebimento de R$ 20 milhões. O processo tramitou no STF porque Collor ainda exercia o cargo de senador pelo PTB de Alagoas quando foi denunciado. Além dele, outras quatro pessoas ligadas ao caso também foram denunciadas.

Delatores da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef, o empresário Ricardo Pessoa (da UTC) e Rafael Ângulo (ex-assessor de Youssef), relataram pagamentos ao ex-presidente. Segundo Ângulo, ao menos R$ 60 mil em dinheiro vivo teriam sido entregues diretamente a Collor em um apartamento em São Paulo.

Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu três veículos de luxo na residência de Collor em Brasília: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini — todos registrados em nome de empresas de fachada. A aquisição de bens de alto valor, segundo os investigadores, era uma forma de disfarçar a origem ilícita dos recursos.

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