Confusão que começou dentro do Empório Bethaville terminou com ameaça morte. Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso
A briga entre um cliente o dono do Empório Bethaville, em Barueri, ganhou mais um capítulo. Agora, o empresário Alan Barros, de 32 anos, deve apresentar uma denúncia na Corregedoria da Polícia Civil solicitando que seja apurada a conduta dos policiais que estavam no estabelecimento comercial no momento em que ele foi ofendido e ameaçado fisicamente por Silvio Mazzafiori, dono da padaria.
“Vamos entrar com uma denúncia para identificar, por meio do número da viatura aparece nas imagens, quem são os policiais civis que estavam no local no momento das ameaças. Queremos saber quais foram os motivos de não terem dado voz de prisão ao homem que ameaçou meu cliente de morte”, explicou o doutor Leonardo Bueno Dechatnik, que representa o vítima.
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Inquérito instaurado e pedido de prisão contra dono da Bethaville
Nesta segunda-feira (5), após Alan Barros prestar depoimento, a Polícia Civil de Barueri instaurou um inquérito para investigar a conduta de Silvia Mazzafiori. O advogado explicou que o empresário Alan Barros esteve na Delegacia Central de Barueri para prestar depoimento e reforçou o pedido de prisão preventiva para Silvio Mazzafiori. “Ele ameaçou meu cliente de morte. Então, apresentamos uma notícia crime com pedido de prisão preventiva e abrimos um boletim de ocorrência nos pelos crimes de ameaça, injúria e tentativa de homicídio”, garantiu.
O advogado do empresário falou sobre a dificuldade de registrar o boletim de ocorrência. “O delegado titular doutor Andréas nos atendeu muito bem, porém, o assistente a todo momento tentou desqualificar a gravidade do fato. Houve uma tentativa de homicídio e ameaças claras de morte”, apontou.
Pedido de indenização
Em entrevista ao Jornal Giro, Alan Barros revelou que ainda está em choque com tudo que aconteceu naquela quinta-feira (31). O empresário explicou que foi até o local para comer e também dar continuidade aos assuntos sobre a empresa que pretende instalar na cidade.
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“Estava na região para montar o meu negócio e resolvemos parar no comércio. Fizemos o pedido e abri o meu computador. Foi quando aquele senhor chegou de forma agressiva. Sei que esse não é um caso isolado e já tiveram outros, inclusive há um vídeo de 2018, onde uma senhora é expulsa do local por estar usando um tablet enquanto aguardava o pedido”, contou.
O empresário Alan Barros garante que em nenhum momento, ele ou os amigos foram agressivos com Silvio Mazzafiori e que tentaram justificar que estavam consumindo produtos do estabelecimento. “Quero sim uma indenização, pois foi extremamente humilhante. Ele ainda esperou eu sair do local para tentar me agredir fisicamente. Até que ponto o estabelecimento pode fazer isso? Se ele faz isso com um cliente, imagina o que ele não faz com funcionários?”, questionou Alan Barros.
Controle da situação
O empresário explicou que tentou manter a calma diante da agressividade de Silvio Mazza. “Ele é um senhor. Então, mantive a calma e preferi gravar para demonstrar que não fomos agressivos. Eu preferi correr, mas imagina se vou para enfrentamento? Poderia ter acontecido algo pior. Se comigo gravando ele fez tudo isso, imagina se não estivesse gravando?”, aponta.
Para deixar o local, Alan Barros ainda precisou acionar a Polícia Militar (PM), já que o veículo estava no estacionamento da Padaria Bethaville. “A PM veio até o local e me deu suporte para retirar o meu carro com segurança. Depois disso, procurei a Delegacia Central onde fiz o registro da ocorrência. Em um primeiro momento, senti um pouco de resistência, mas depois, eles me atenderam”, garantiu.
Questionado se ainda pretende instalar sua empresa em Barueri, o empresário revelou que o caso o fez refletir e que ainda não tomou uma decisão. “Confesso que isso me abalou um pouco, mas ainda não tomei uma decisão sobre o assunto”, finalizou.
Alan Barros também publicou um vídeo nas redes sociais sobre o caso: https://encurtador.com.br/BDTY1
Entenda o caso da Padaria Bethaville
Viralizou nas redes sociais, o vídeo do proprietário do Empório Bethaville, Silvio Mazza Fiori, discutindo com um cliente que estava com um computador na mesa do estabelecimento. Nas imagens, o dono do comércio explica que todas as mesas possuem um aviso, no qual é informado a proibição do uso das mesas que compõem o espaço para reuniões de trabalho.
Ainda nas imagens, o rapaz mostra que está consumindo, porém o responsável pela padaria Bethaville, aumenta o tom de voz e diz que as mesas são apenas para a alimentação e volta a pedir que o notebook seja guardado. “Você sabe ler. As mesas são apenas para a alimentação”, diz em uma parte do vídeo.
O clima ficou tenso e Silvio chegou a fazer ameaças ao rapaz que gravou toda a discussão. “Você vai sair lá fora. Não me filma. Vamos lá fora agora. Você não falou que é homem. Já aproveita que tem uma viatura lá fora e acertamos isso agora. Você não pode fazer isso que está fazendo e ficar me filmando”, diz o proprietário que na sequência é afastado por outro rapaz.
O outro lado
A reportagem do Jornal Giro voltou a entrar em contato, na tarde deste sábado (3), com o proprietário do Empório Bethaville, mas ele não atendeu as ligações. Na sexta-feira (2), logo após o vídeo viralizar nas redes, o jornalismo entrou em contato com a padaria Bethaville para ouvir o posicionamento do proprietário sobre os vídeos recebidos pelo jornalismo que totalizam quase 10 minutos.
A primeira ligação no número fixo da unidade, foi atendida por uma funcionária, que terá o nome preservado, e informou que não havia um proprietário ou responsável pela unidade no local e que não estava autorizada a fornecer o número de telefone.
Em seguida, a equipe tentou contato com o gerente da unidade, porém, as ligações feitas ao número de celular dele não foram atendidas. Também foram deixadas mensagens no aplicativo WhatsApp, mas até o fechamento desta matéria, elas não foram respondidas.
Reclamações do empório de Barueri
No portal ReclameAqui, tem uma reclamação recente de um cliente da Empório Bethaville que garante que foi surpreendido aos berros pelo proprietário enquanto aguardava dois amigos para almoçar. “Enquanto aguardávamos a última pessoa chegar, fomos surpreendidos pela grosseria do proprietário que chegou aos berros dizendo que na padaria dele não era local de fazer reunião. Tentamos argumentar que só estávamos aguardando mais uma pessoa chegar para irmos ao buffet, mas não teve conversa. Foi categórico e disse que era pra gente ir embora e não aparecer nunca mais na padaria dele”, diz a publicação.
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