Sediada em Barueri, a Azul Linhas Aéreas teve que reduzir a oferta de assentos. Fabricante de aviões alega problemas com suprimentos
No 3º trimestre de 2023, a Azul Linhas Aéreas, com sede no bairro de Alphaville, na cidade de Barueri, registrou melhoras no seu resultado operacional. Porém, o atraso recorrente de entrega de aeronaves tem impedido que a empresa expanda suas operações, tanto no número de voos quanto na quantidade de malha aérea. O problema afeta também outra companhia aérea brasileira, a Gol. As informações são do portal InfoMoney.
Azul Linhas Aéreas: oferta de assentos reduzida
A companhia de Barueri tem sofrido com os atrasos das fabricantes de aviões Airbus e Embraer. Já a Gol tem sofrido com atrasos de entregas de aviões da Boeing. Como consequência, as companhias aéreas estão revisando o guidance para o 4º trimestre e para o ano de 2024. Enquanto isso, o preço das passagens aéreas deve continuar em patamares elevados para os consumidores.
“Estamos para receber um [avião da] Airbus em dezembro e dois [da] Embraer no final de novembro. Isso impacta nossa capacidade de voar”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, em coletiva de imprensa sobre o resultado do trimestre. A companhia reduziu suas projeções de oferta de assentos para 2023, de uma alta de 14% para uma elevação de 9%.
Na coletiva de imprensa, o CFO Alex Malfitani disse, que “tem fabricante dizendo que vai atrasar entrega que está prevista para daqui a quatro anos.” Segundo Malfitani, se não houvesse atrasos, a companhia teria até três aeronaves da Embraer operando este ano. “Mas, elas só vão chegar em fevereiro. Não é um atraso dramático, mas cada dia atrasado é um dia de capacidade que não consigo vender”, destacou o CEO da Azul Linhas Aéreas.
Malfitani disse ainda que a companhia aérea já está vendendo assentos em voos para setembro de 2024, “e, provavelmente, alguns desses assentos que estão no meu sistema para setembro de 2024 são de aeronaves novas. Se chegar no dia da entrega da aeronave e o fornecedor não entregar, vai causar um impacto nesses assentos que já foram vendidos.”
Na Gol a situação é considerada ainda mais complicada. A empresa recebeu apenas uma das 15 aeronaves da fabricante Boeing prevista para este ano.
Problema com suprimentos
A reportagem da InfoMoney procurou os fabricantes de aeronaves. A Embraer, situada em São José dos Campos (SP), sinalizou que continua preocupada com a sua cadeia de suprimentos e que as entregas devem ficar próximas do limite inferior do seu guidance para o ano (em 2022, a fabricante brasileira não cumpriu o guidance por uma aeronave, “em função de desafios na cadeia de suprimentos”). “Sabemos que temos um desafio pela frente quanto ao nível de entregas. Portanto, podemos esperar um quarto trimestre intenso devido principalmente às restrições na cadeia de suprimentos”, disse Francisco Gomes Neto, CEO da companhia.
*Guidance – é o conjunto de informações e estimativas que uma empresa listada na Bolsa de Valores fornece sobre si mesma para o mercado. Essa prática ajuda a apresentar aos investidores as expectativas e projeções que a companhia faz dos seus próprios resultados. (segundo Renova Invest)
Com informações do portal InfoMoney.
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