Antecipar o que estará em alta nos projetos em 2026 é tarefa para quem vive intensamente o universo da arquitetura. Por isso, o Jornal Giro convidou três arquitetos renomados de Alphaville – Richard Porto, Deborah Collino e Vivian Contri – para apontarem as tendências que devem transformar a forma de morar e decorar no próximo ano.
O design é mais humano, sustentável e ainda mais sofisticado. A biofilia deixa de ser tendência para se tornar elemento essencial nos projetos, trazendo leveza, bem-estar e conexão com a natureza. Outro movimento em ascensão é a presença de adegas climatizadas: antes exclusivas de grandes casas, elas agora ganham os apartamentos.
As casas com “cara de revista” já não representam o desejo contemporâneo e deixam de ser tendência em 2026. Valorizam-se os ambientes que sejam confortáveis e funcionais, onde cada elemento vai além da estética.
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Tendências: refinamento natural
Para o arquiteto Richard Porto, a arquitetura de 2026 chega com uma nova assinatura: leveza, elegância e performance. As madeiras claras assumem o protagonismo, trazendo aconchego, amplitude e um refinamento natural que transforma qualquer ambiente. “As linhas orgânicas ganham força, criando fluidez, movimento e aquela sensação genuína de acolhimento — porque mais do que nunca, as pessoas querem uma casa com cara de casa, que abrace, respire e faça sentido no dia a dia, afirma Porto.
Segundo o arquiteto, tudo isso é potencializado por uma iluminação precisa, natural ou artificial, pensada para destacar formas, texturas e materiais. A luz passa a ser elemento estratégico, elevando a estética, o conforto e a experiência sensorial dos espaços.
“Em 2026, o design é mais humano, mais sustentável e ainda mais sofisticado. É a arquitetura que ilumina, acolhe e inspira. É o futuro, pronto para ser vivido”, ressalta o profissional.


O arquiteto Richard Porto (Fotos: arquivo pessoal)
Biofilia e adegas
Com o avanço dos estudos em neurociência, a tendência é que a biofilia esteja cada vez mais presente dentro das casas. “A proposta é justamente integrar elementos da natureza aos ambientes internos para promover mais bem-estar”, afirma a arquiteta Deborah Collino.
Deborah destaca que as adegas climatizadas também têm ganhado cada vez mais espaço nos projetos. Antes, eram restritas a mansões e grandes casas; hoje, mesmo apartamentos de tamanho médio já contam com elas. “O consumo de vinho cresceu muito no Brasil. Como a tendência é aproveitar mais a casa e passar mais tempo nela, muitos querem trazer para o ambiente doméstico tudo o que proporciona bem-estar. Hoje, é comum abrir uma garrafa para comemorar um bom dia, encerrar a semana ou relaxar depois de um dia ruim. Por isso, o vinho se tornou uma tendência — e, junto com ele, as adegas climatizadas. Além de tudo, elas valorizam o imóvel: uma adega planejada agrega bastante valor”, explana Deborah.
É mais um ambiente da casa destinado a um hábito que cresce a cada ano e que, muitas vezes, acaba virando hobby. “As pessoas querem aprender sobre vinhos, ter opções em casa e expor as garrafas que trazem de viagens”, finaliza a profissional.


A arquiteta Deborah Collino (Fotos: arquivo pessoal)
Paletas neutras e formas orgânicas
A arquiteta Vivian Contri diz que, em 2026, ocorrerá a consolidação de algumas tendências que já começaram a ser exploradas este ano. “A primeira delas é o uso das cores. As paletas neutras, como o off-white, começam a dar lugar a tons mais intensos e marcantes — trazendo mais personalidade e emoção para os ambientes”, explica a profissional.
A decoração se torna mais ousada. “Estamos deixando de lado aquele estilo extremamente clean e minimalista, para dar espaço à criatividade. É o momento de explorar combinações diferentes, misturar texturas e criar ambientes únicos, cheios de identidade”, diz ela.
O conceito de ambientes práticos e habitáveis, com espaços pensados para o uso real no dia a dia, também vem com força em 2026. “Casas com cara de revista estão fora da moda. Surgem tecidos mais resistentes, ambientes confortáveis, sem perder o estilo, com móveis que não sejam apenas bonitos, mas, principalmente, funcionais”, destaca.
A sustentabilidade continua sendo um pilar essencial e tendência no ano que vem, com o uso de madeiras de reflorestamento, além do reaproveitamento de móveis e objetos de segunda mão. “Objetos de família, como baús e poltronas, além de móveis garimpados em feiras de antiguidade, continuam em alta nos futuros projetos de decoração”, explica Vivian.
As formas orgânicas no mobiliário e o artesanato seguem em destaque, com peças feitas à mão, que trazem mais autenticidade e história para cada ambiente. “Peças de crochê, tricot e macramê, como almofadas, painéis de parede e tapetes são ótimas opções para complementar a decoração”, afirma a arquiteta, que acrescenta: “2026 promete ser um ano de casas vivas, expressivas e cheias de personalidade.”


A arquiteta Vivian Contri (Fotos: arquivo pessoal e RSF Empreendimentos)
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