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Prefeituras de Barueri, Cotia, Osasco e região destacam ações para combater enchentes

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A canalização do braço morto do Tietê é uma das obras promovidas pela Prefeitura de Osasco (Francisco Cepeda/Giro S/A)

De acordo com a Prefeitura de Osasco, o trabalho para manter as vias públicas, os córregos, galerias e bocas de lobo limpos e desobstruídos para o escoamento da água acontece durante o ano inteiro

Na tentativa de minimizar os impactos e solucionar os problemas causados pelas fortes chuvas típicas de verão, principalmente nos primeiros meses do ano, municípios da Região Oeste da Grande SP que integram o consórcio de municípios Cioeste têm realizado ações preventivas para combater as enchentes. À reportagem do GIRO, prefeituras de cidades como Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, São Roque e Vargem Grande Paulista destacam o planejamento, o investimento em obras e a manutenção e limpeza de córregos, bueiros e vias, além das campanhas de conscientização e multas para quem infringir a lei.

Neste ano, os municípios entrevistados pela reportagem do GIRO não tinham registrado nenhum caso de morte, mas em 7 de fevereiro, um homem morreu ao tentar atravessar uma via alagada, próxima à estação de trem Quitaúna, em Osasco, e foi arrastado pelas força das águas. Neste dia, um temporal atingiu toda a região e causou estragos em muitas cidades provocando enchentes, quedas de árvores e postes, deixando veículos submersos e casas alagadas.

A Prefeitura de Osasco tem a Vila Quitaúna e o Km 21 como um dos bairros mais afetados pelas fortes chuvas e uma das medidas adotadas está sendo a finalização das obras de drenagem da bacia do Quitaúna. Outra obra considerada importante para o município que segue em andamento é a canalização do córrego Rico, no Helena Maria. 

De acordo com a Prefeitura de Osasco, o trabalho para manter vias públicas, córregos, galerias e bocas de lobo limpos e desobstruídos para o escoamento da água acontece durante o ano inteiro, porém, de forma intensificada entre outubro e março. Quando os alagamentos ocorrem, de imediato equipes da Secretaria de Obras vão para esses locais para efetuar a limpeza e o desentupimento de áreas obstruídas.

Há também programa permanente de educação ambiental para o manejo e descarte correto do lixo, bem como a importância da coleta seletiva de materiais recicláveis. O município dispõe de quatro unidades de ecopontos para o descarte de lixo como móveis velhos e sobras de material de construção, além de objetos para reciclagem, localizados no Jardim Mutinga, Novo Osasco, Jaguaribe e Helena Maria e quatro mini ecopontos que ficam no Adalgisa, Bandeiras, Munhoz Jr. e Padroeira.

Esse programa de coleta seletiva de materiais recicláveis foi ampliado em 2022 e chegou aos condomínios, gerando um aumento de cerca de 40% no volume de materiais coletados destinados às cooperativas de catadores.

Outra medida divulgada para que o munícipe não jogue lixo nas ruas é solicitar a remoção de entulho ligando para o telefone 156.

Medidas preventivas
Para conter as enchentes, a Prefeitura de Barueri também segue com uma lista de obras. No Tamboré, o  chamado “túnnel liner” que é a obra de canalização e drenagem das águas da chuva daquela região para serem destinadas ao rio Tietê está com 60% de conclusão. Este túnel tem cerca de seis metros de construção abaixo do nível da rua e uma extensão de um quilômetro, que vai da alameda Araguaia até a avenida Piracema. 

E com o  intuito de evitar alagamentos na região central da cidade, o piscinão do Jardim Silveira, ao lado da estação de trem, está com mais de 80% de conclusão e em  funcionamento. Ao ser finalizado, o piscinão terá 24 mil metros quadrados de área e aproximadamente 22 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de sete andares, que deverá reter mais de 200 milhões de litros de água.

Ainda no Jardim Silveira, o piscinão do córrego Laranja Azeda também está em construção. Com 24,5 metros de  profundidade, esse reservatório terá a capacidade de reter cerca de 120 milhões de litros de água em caso de chuvas torrenciais, evitando inundações na região que faz limite com o município de Jandira.

Já o trabalho de manutenção e limpeza da cidade acontece durante todo o ano. O serviço é realizado em cada bairro, sendo cerca de 800 bocas de lobo visitadas diariamente em todas as ruas de Barueri. Já no período de fortes chuvas, as equipes são acionadas para atender ocorrências de forma emergencial.

Enquanto isso, a Prefeitura  intensifica as campanhas de conscientização ambiental para que o munícipe não descarte o lixo e o entulho em lugares inadequados, a Defesa Civil segue disparando alertas quando há previsão de chuvas fortes e riscos de desabamento, por exemplo, e quando chover é possível visualizar a situação das vias por meio de câmeras espalhadas pela cidade através do link: https://servicos.barueri.sp.gov.br/cameras .

A Prefeitura de Itapevi conta com um plano de ações e enfrentamento às enchentes e combate às chuvas, que começou a ser colocado em prática em 2017. Neste período, o município concluiu as obras de canalização do córrego Barueri-Mirim e tem dado continuidade a limpeza e ao desassoreamento nas regiões centrais e nos limites com a cidade de Jandira.

Todos os anos, a cidade realiza a Operação Verão, iniciativa que visa limpar e realizar a manutenção de pontos estratégicos onde há mais riscos de inundações, enchentes e alagamentos. O intuito é verificar áreas afetadas pela chuva na cidade, além de promover a retirada de areia, sujeira e objetos depositados na calha de rios, córregos e afluentes.

Em 2021, a Prefeitura de Itapevi efetuou a entrega da obra de canalização do córrego Paim e iniciou a canalização e drenagem do córrego Vale do Sol, que ampliará o escoamento na área com o objetivo de evitar transbordamentos. O término desta obra será em setembro de 2023 e em seguida, na Fase 3 terá a construção de um piscinão. A cidade já tem três piscinões, o Vitápolis, o Suburbano e o Sapiantã, construídos na tentativa de resolver o problema das águas das chuvas e minimizar os seus impactos.

Como a questão não é apenas as águas das chuvas, mas também os lixos espalhados pela cidade, Itapevi conta com o serviço permanente de coleta de lixo convencional e no final do ano passado implementou a coleta seletiva em bairros específicos, bem como realizou a instalação de lixeiras subterrâneas para atender a demanda do Centro e evitar o acúmulo de lixo e entulho. Há também dois ecopontos, no Jardim Rosemary e na Vila Dr. Cardoso.

Em Itapevi, as equipes do Demutran (Departamento Municipal de Trânsito), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Defesa Civil, GCM  (Guarda Civil Municipal) e  Limpeza Urbana trabalham nas possíveis ocorrências de chuvas. Em caso de emergência, basta entrar em contato com a Defesa Civil pelo (11) 4143-0841 e com a GCM pelos telefones 153 e 199 (24 horas).

Já o ponto mais afetado pelas enchentes no município de Carapicuíba é a região do Córrego do Cadaval. Na tentativa de solucionar o problema, a Prefeitura está desapropriando as moradias localizadas nas áreas de risco, às margens do córrego, e realizando obras de canalização.

O Córrego do Cadaval, a Viela Boots, a Comunidade da Reciclagem e o Rio Cotia  costumam ter uma limpeza frequente, mas ao longo do ano há também manutenção e limpeza dos demais córregos e das bocas de lobo, retirada de entulhos e o cata-treco nos principais locais onde tem descarte irregular de lixo e entulho. Há seis ecopontos para a população realizar o descarte de entulhos, móveis, pneus, entre outros, e os moradores podem colaborar com a fiscalização. Basta denunciar pelo WhatsApp (11) 97434-8101 com fotos e vídeos do infrator.

Em casos de possíveis chuvas fortes, a Defesa Civil emite alertas via SMS e quando ocorrem alagamentos, a orientação é para a população avisar a entidade através do telefone (11) 4146-5810.

A Prefeitura de Cotia, por meio da Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana, realiza serviços de limpeza e desassoreamento de córregos o ano inteiro como uma forma de prevenir e minimizar os impactos das chuvas. Nos últimos anos, ainda tem realizado um  trabalho de ampliação, limpeza e manutenção de galerias e tubulações de águas pluviais, enquanto a Secretaria de Defesa Civil orienta os moradores se possível não saírem de casa quando houver alguma ocorrência de enchentes e enxurradas na cidade.

Como há muitas áreas verdes na cidade, a orientação também é para que a pessoa  permaneça em um local seguro durante a chuva, pois há riscos de quedas de galhos e de árvores, o que pode aumentar o número de acidentes.

E no final do ano passado, a Prefeitura de São Roque deu início à Operação Verão, que segue sendo realizada com a limpeza de leitos de rios e córregos no município com máquinas e trabalhos de roçada para evitar as ocorrências como enchentes e alagamentos na cidade.

Segundo a Prefeitura de São Roque, as medidas minimizam os impactos causados pelas chuvas, registrando ocorrências pontuais em pontos específicos da cidade, mas sem registros de vítimas ou desabrigados.

Já a divulgação dos boletins de alerta para previsões de chuvas fortes na região continuam sendo realizadas, assim como o monitoramento da Defesa Civil Municipal com o apoio do Departamento de Obras, Guarda Municipal e Bem-Estar Social, que oferecem o acolhimento necessário às famílias impactadas pelas chuvas, quando necessário.

Assim como nos municípios vizinhos, São Roque registrou acúmulos de lixo em seus rios, indicando que a prática de jogar materiais diversos nos córregos da cidade ainda acontecem. A administração segue realizando ações de conscientização para evitar essas ações dos munícipes e pede para que denunciem para a Divisão de Meio Ambiente pelo telefone (11) 99495-9045.

Pensando em minimizar os problemas causados pelas enchentes, a Prefeitura de Jandira realizou um forte trabalho de desassoreamento dos rios nos meses de novembro e dezembro. O resultado tem sido positivo, pois informaram que não houve registros de grandes enchentes, como ocorria nos anos anteriores.

O ponto que mais alaga no município é a Vila Rolim, no córrego da divisa com Itapevi. Pensando em sanar definitivamente este problema, a Prefeitura pretende investir R$ 3 milhões para canalizar este trecho. A obra já foi licitada e iniciará no primeiro semestre deste ano.

E  quando há riscos de alagamentos, a Defesa Civil que mapeou os pontos mais afetados e promove o monitoramento da cidade, emite alerta através das redes sociais da Prefeitura.

Já no município de Vargem Grande Paulista, foi criada uma Comissão da Defesa Civil composta por membros de todas as secretarias municipais para dar assistência aos munícipes e a todo tipo de situação em casos de enchentes e situações provocadas pelas chuvas. Segundo a Prefeitura, ainda não houve grandes impactos com as chuvas como enchentes ou famílias desabrigadas, mas continuam trabalhando para desassorear os córregos e manter a situação controlada.

A limpeza periódica das ruas e dos córregos continuam enquanto as redes sociais da Prefeitura tem orientado e feito apelos para o uso consciente do lixo e sua destinação. Principalmente para as pessoas que moram perto de córregos e locais de riscos, a orientação é que não joguem lixos ou executem obras ou movimentações próximos a esses locais.

Multas
Vale lembrar que a conscientização e o envolvimento da comunidade e do munícipe em colaborar com as ações preventivas realizadas pelas Prefeituras foram citadas como um dos fatores que contribuem para o sucesso dos procedimentos preventivos. Em caso de desrespeito, como jogar lixos e entulhos nos córregos, rios e vias públicas, por exemplo, o  infrator está sujeito a multas.

Em Osasco, o valor é de R$ 19.865,00 e apreensão de instrumentos, apetrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na prática da infração.

Em Itapevi, caso o morador presencie alguém cometendo a irregularidade, pode entrar em contato com o setor de Fiscalização de Posturas Municipais, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelo telefone (11) 4143-7600. A GCM, que apoia as ações dos fiscais, atende 24h por dia nos telefones 153 e 199 e a Polícia Militar pelo 190. A lei municipal n°1796/2006 determina a prática como crime ambiental e a multa pode chegar a R$ 18.800,00.

Em Carapicuíba, a lei nº 3519/18 proíbe o descarte de lixo ou entulho em calçadas, ruas, bocas de lobo, canteiros, jardins e praças públicas. A penalidade varia de acordo com a quantidade de material despejado e pode chegar a R$ 9.000,00.

Em Cotia, como ainda existem muitos pontos de descarte incorreto de lixos, entulhos, móveis velhos e outros objetos que contribuem para alagamentos e enchentes, a lei municipal nº 1.151/2001 e o decreto municipal nº 7.869/2014, dispõe que quem for flagrado cometendo essa irregularidade estará sujeito a multa no valor de R$ 1.000,00.

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