Era uma segunda-feira do dia 28 de abril de 2008 quando o então presidente Lula anunciava a construção do novo campus da Unifesp em Osasco, batizada de Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN), em um terreno de 22 mil m² que pertencia ao Exército, em Quitaúna.
Onze anos e 19 dias após esse ato, com roteiro típico de novela, hoje apenas 50% concluídas, as obras iniciadas de fato em 2016, estão paralisadas e seguem sem data para finalização do novo prédio. A comunidade acadêmica já foi avisada sobre a interrupção das obras devido à falta de repasses do Ministério da Educação (MEC).
Enquanto isso, os 1.844 alunos divididos em cinco cursos de graduação (administração, ciências atuariais, ciências contábeis, ciências econômicas e relações internacionais), utilizam desde 2011 um prédio cedido pela administração municipal e seguem sem esperanças para ocuparem a nova edificação.
“O nosso campus provisório é precário, não temos salas de pesquisa, nenhuma sala de estudo individual, uma biblioteca muito pequena e poucas salas de aula”, conta o aluno do 2º ano de Economia, Thiago Albuquerque. Ele comenta ainda que todos já foram avisados sobre a paralisação. “Com os cortes, o andamento das obras vão parar pela primeira vez – como já anunciado por algumas autoridades da faculdade aos alunos, e os maiores prejudicados somos nós”, desabafa.
O novo edifício abrigará 34 salas de aula, 19 laboratórios de pesquisa, seis anfiteatros, biblioteca, auditório com 280 lugares, duas salas de aula/informática, secretarias acadêmicas de graduação, pós-graduação e extensão, 55 salas de professores, restaurante universitário, praça digital, estacionamento e área de convivência.
Em nota, a Unifesp diz que o prazo de finalização dependerá da liberação de recursos pelo governo federal/MEC. “O orçamento repassado pelo governo federal tem tido quedas, isso é ou foi determinante para o atraso dessa conclusão e toda revisão de prazos de execução foi necessária devido a questões orçamentárias”, informa.
Procurado, o Ministro da Educação e professor licenciado desta unidade, Abraham Weintraub, não quis falar sobre o assunto.