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Médica geriatra revela os pilares para viver mais e melhor

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"Com equilíbrio emocional, social e fisico atingiremos um processo de envelhecimento saudável", destaca Dra Amabile Pandori (Arquivo pessoal / Divulgação)

Dra Amabile Pandori: “É necessário entender que não existem ‘fórmulas milagrosas’ que irão suspender o processo de envelhecimento”

O aumento da expectativa de vida e o declínio das taxas de natalidade e mortalidade têm sido fatores cruciais para o envelhecimento populacional em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. No entanto, antes de entrarmos no contexto de como é possível envelhecer de maneira saudável, com as recomendações da médica geriatra Dra. Amabile Pandori, é preciso situarmos o status da população de idosa no Brasil.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021, a expectativa de vida ao nascer no País chegou a 75,4 anos, representando um salto significativo em relação a anos anteriores. Em termos práticos, ao atingir essa idade, um brasileiro terá vivido cerca de 27.372 dias.

Além disso, as projeções indicam que a população com 60 anos ou mais de idade deverá atingir 65,2 milhões em 2030, o que representa 25,5% da população total. Em 2050, esse número deve aumentar para 108,4 milhões, equivalente a 38,5% da população. Esse cenário desafia o Brasil a repensar e se adaptar para atender às demandas de uma sociedade em constante envelhecimento.

Médica geriatra revela os pilares para viver mais e melhor
Até 2030, 25,5% da população brasileira será composta por pessoas com 60 anos ou mais (Marcello Casal Jr. / Agência Brasil / Divulgação)

Desafios e oportunidades do envelhecimento populacional
Em 1940, a expectativa de vida no Brasil era de apenas 45 anos. Em 2020, essa marca alcançou 76,3 anos. Outro fator relevante para o envelhecimento populacional é a redução da taxa de natalidade, que caiu de 6,2 filhos por mulher em 1960 para 1,7 filho por mulher em 2020. Essas mudanças demográficas apresentam uma série de desafios para o País, que atingiu 213,1 milhões de habitantes.

Para a médica geriatra Dra Amabile Pandori, que reside em Alphaville, atualmente, entre as principais questões a serem enfrentadas é a necessidade de ampliar a oferta de serviços para os idosos, como saúde, educação e assistência social.

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“É crucial adaptar a infraestrutura urbana para atender às necessidades dessa população, incluindo a construção de calçadas acessíveis, a instalação de elevadores em prédios públicos e a criação de espaços públicos de convivência. Investimentos em políticas públicas e privadas são fundamentais para oferecer um ambiente adequado e acolhedor ao envelhecimento saudável”, diz a médica à reportagem do GIRO.

Desigualdades sociais e a busca por envelhecimento igualitário
A desigualdade social é um dos principais desafios enfrentados no estabelecimento de um envelhecimento igualitário. Determinadas áreas do Brasil encontram dificuldades em estabelecer recomendações específicas para garantir que todas as camadas da população tenham acesso igualitário a serviços e condições favoráveis ao envelhecimento saudável. “Nesse contexto, é essencial combater a desinformação e a negligência relacionadas à saúde dos idosos, buscando disseminar informações fundamentadas cientificamente”, pondera a médica.

A abordagem de saúde pública focada no envelhecimento deve considerar o indivíduo como um todo. Programas públicos ou privados bem estruturados são essenciais para acompanhar e promover a saúde da população idosa, abordando tanto aspectos físicos como emocionais e sociais.

Segundo Dra Amabile, algumas práticas são essenciais para envelhecer de forma saudável, a começar pela orientação alimentar com uma dieta equilibrada e rica em proteínas e nutrientes, hidratação adequada, prática regular de exercícios físicos, manutenção de atividades intelectuais e convívio social, além de cuidados regulares com a saúde.

Médica geriatra apresenta os pilares para envelhecer de maneira saudável

De acordo com Dra. Amabile, algumas dicas adicionais podem contribuir para um envelhecimento saudável e pleno: dormir de 7 a 8 horas por noite, gerenciar o estresse por meio de atividades como exercícios, meditação ou yoga, abandonar maus hábitos como fumar e consumir álcool em excesso e realizar exames de rotina para detecção precoce de problemas de saúde são itens indispensáveis. O exercício físico pode ajudar a manter a força muscular, flexibilidade, equilíbrio e mobilidade, além de auxiliar na prevenção de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas.

“Envelhecer saudável é um desafio e uma conquista que se torna possível com ações individuais e coletivas. Ao buscar um equilíbrio entre aspectos físicos, emocionais e sociais, podemos aproveitar os benefícios do envelhecimento com bem-estar e felicidade”, diz a médica. A seguir, acompanhe mais algumas recomendações:

Alimentação balanceada: uma dieta equilibrada e nutritiva é crucial para uma boa saúde ao longo da vida. Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras pode fornecer os nutrientes necessários para manter a saúde e prevenir doenças relacionadas à idade.

Saúde mental e cognitiva: manter a saúde mental é essencial para o envelhecimento saudável. O engajamento em atividades cognitivamente estimulantes, como leitura, jogos mentais ou aprendizado de novas habilidades, pode ajudar a preservar a função cognitiva.

Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool: parar de fumar e reduzir o consumo de álcool são passos importantes para promover a saúde a longo prazo. O tabagismo e o consumo excessivo de álcool estão associados a várias doenças graves que podem afetar negativamente a qualidade de vida na velhice.

Vida social ativa: manter conexões sociais é fundamental para o bem-estar emocional e mental. O convívio com amigos, familiares e comunidade pode ajudar a combater a solidão e a depressão, além de proporcionar suporte emocional durante os desafios do envelhecimento.

Médica geriatra revela os pilares para viver mais e melhor
Semana Municipal do Idoso com apresentação cultural no terminal central de Barueri (Adalberto Albuquerque / Secom / PMB)

Saúde mental e cognitiva: cuidar da saúde mental é crucial para um envelhecimento saudável. Manter a mente ativa e engajada em atividades intelectuais pode ajudar a preservar a função cognitiva e reduzir o risco de declínio cognitivo. Ler livros, resolver quebra-cabeças, aprender novas habilidades e socializar com outras pessoas são maneiras eficazes de manter o cérebro estimulado.

Em um País tão diverso como o Brasil, a atenção à saúde dos idosos deve ser uma prioridade, buscando oferecer oportunidades e ambientes favoráveis para que todos possam desfrutar de uma vida longa, ativa e com qualidade de vida. O cuidado com a população idosa é uma responsabilidade compartilhada e, com políticas adequadas e uma sociedade comprometida, o envelhecimento saudável pode ser uma realidade alcançada por todos.

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