Em coletiva de imprensa realizada ontem (28) pelo governo do estado de São Paulo, excepcionalmente no Instituto Butantan, o governador João Doria (PSDB) anunciou que o Instituto havia iniciado a produção do primeiro lote da vacina 100% brasileira, a ButanVac (vale lembrar que ela é 100% nacional porque não precisa de insumos vindos de países estrangeiros para ser produzida).
A princípio o Butantan produzirá 18 milhões de doses totais até da ButanVac até a primeira quinzena de julho. O Instituto aguarda aprovação da Anvisa para começar os testes clínicos em humanos, mas declara ter condições de produzir até 150 milhões de doses da nova vacina até o final de 2021, sem necessidade de compra de insumos de países estrangeiros.
São utilizados ovos de galinha, no qual são inoculados os vírus. Neles, os vírus se multiplicam no período de incubação e seguem, após, para a colheita do líquido alantóico, clarificação, concentração, purificação e inativação do vírus para a obtenção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).
Doria e o diretor presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, pediram urgência à Anvisa para a aprovação dos testes da nova vacina. “Precisamos de menos burocracia e mais solidariedade. Estamos diante de um drama jamais visto. São 395 mil mortos no Brasil! Precisamos desse senso de urgência”, declarou Doria.
CoronaVac e taxa de ocupação
Dimas Covas afirmou que a produção da CoronaVac está a pleno vapor e que até sexta-feira desta semana antecipará a entrega de mais 600 mil doses da vacina para o Programa Nacional de Imunização, do governo federal. Ele também disse que a próxima quarta-feira, dia 5 de maio, antecipará a entrega de mais 1 milhão de doses.
Atualmente, mais de 80% das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 são da CoronaVac, ou seja, de cada 10 doses aplicadas no país, 8 são da vacina do Butantan. Em todo o estado hoje, o percentual de ocupação de leitos de UTI foi de 80% e na Grande São Paulo de 78,6%. Houve queda de 21,8% no número de mortes por covid, mas a orientação é continuar com todos os cuidados, usando máscara, higienizando as mãos com álcool em gel e mantendo o distanciamento social, principalmente porque a variante de Manaus, a P1, mais agressiva é a que predomina hoje no estado de São Paulo