O carcereiro suspeito de ter estuprado uma jovem de 18 anos, presa preventivamente na Delegacia Central de Polícia de Barueri, mudou seu depoimento após a coleta dos exames perícias. O profissional alegou ter tido relações sexuais com a encarcerada, conforme noticiado ontem (16) pelo portal de notícias “R7”.
O advogado da vítima afirma teve acesso ao novo relato somente na noite de terça-feira (15). O policial civil havia exposto, anteriormente, que não havia tido nenhum contato com a moça. No entanto, domingo (13), o indivíduo prestou novo depoimento, onde afirma ter tido relação sexual com a jovem de maneira ‘consensual’.
Nesta nova versão, o homem relatou que todas as vezes que foi até a cela da mulher, ela “se insinuou”, visando a troca de relações sexuais por outros favores. No momento em que ele foi levar a alimentação na cela, a jovem tinha pego seu braço dizendo que eles estavam sozinhos e poderiam aproveitar o momento.
Segundo o “R7”, por volta das 18h, enquanto o carcereiro estava ao telefone, a presa teria o chamado dizendo que “queria contar uma coisa”. Assim que encerrou a ligação, foi atendê-la. Ele abriu o portão e pediu que ela fosse até sua sala. No espaço, a encarcerada tinha dito novamente que desejava ter relações sexuais com o agente de segurança.
Ela teria começado a se despir e, então, ocorreu o ato. Em seguida, a jovem teria retornado ao corredor, onde afirmou “vou querer mais”, o que teria sido negado pelo carcereiro. O guarda teria ido até a cela da jovem, mas não a viu, encontrando apenas chinelos próximos às grades dos fundos. Imaginando que a mulher poderia ter fugido, o agente conseguiu abrir a porta. Em seguida, foi até o plantão policial, e contou aos colegas sobre o ocorrido.
Ainda de acordo com o “R7”, após uma vistoria na unidade policial na Vila Silveira, o guarda a localizou nos fundos da carceragem, próxima do muro de contenção. Segundo o depoimento do agente, assim que outros policiais chegaram, a mulher começou a chorar e disse que não queria mais ficar presa.
Exames e prisão domiciliar
A mulher encarcerada passou por exames toxicológico no Hospital Pérola Byington, em São Paulo. O local onde supostamente ocorreu o crime também passou por perícia.
Na segunda-feira (14), o advogado conseguiu conversar com a mulher e gravou parte do depoimento. Esta narrou o que havia sofrido e pediu que o advogado a tirasse de lá, pois não se sentia segura Segundo o “R7”, a detenta é mãe de uma criança de um ano de idade e o jurista pediu a pediu a conversão da prisão preventiva para prisão domiciliar. garantido pela lei em casos de mães com crianças até 12 anos sob seus cuidados.
Na quarta (16), o advogado afirmou que irá acionar a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Comissão Direitos das Mulheres de Barueri para acompanhar o caso, que foi registrado como estupro consumado. O carcereiro foi afastado da função e é investigado. A aprisionada está no Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha, SP, para onde foi transferida na segunda-feira (14).
Entenda o caso
Uma jovem, de 18 anos, denunciou ter sido estuprada, enquanto estava encerada na Delegacia Central de Polícia de Barueri. O caso ocorreu na noite de sábado (12). O suspeito do crime é um carcereiro que trabalho na unidade e foi afastado.
Segundo a Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a mulher foi presa em flagrante na sexta-feira (11), acusada de tráfico de drogas. A jovem teve a prisão convertida em preventiva e estava na carceragem, no bairro Vila Silveira, aguardando transferência para o Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha.
Na noite de sábado (12), segundo seu advogado, ela foi abordada pelo carcereiro, de 55 anos, em uma sala dentro da carceragem. No cômodo, o policial civil a estuprou. Em seu depoimento, o agente disse ter sido avisado pela jovem de que adolescentes apreendidos estavam fazendo barulho na ala superior.
Além disso, ele relatou que foi até o outro andar passando pela cela da presa, após verificar o barulho, retornou para sua sala. O carcereiro notou que a porta chapeada, que dá acesso a entrada da sala dos agentes, estava fechada, sendo que havia ficado aberta.