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Região metropolitana oeste da Grande SP tem apenas 22% de mata nativa, diz SOS Mata Atlântica

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Uma das atitudes para se alterar a triste realidade do desmatamento é denunciar ações criminosas aos órgãos competentes e polícia ambiental (Lilo Clareto ISA/SOS Mata Atlântica)

O Brasil é campeão! Isso seria um orgulho se a informação não fosse sobre desmatamento. Sim, infelizmente, dados de 2021, publicados no dia 28 de abril pela Global Forest Watch, plataforma de monitoramento de florestas (desenvolvida pela Universidade de Maryland), revelaram que somente no ano passado o nosso país destruiu 1,5 milhão de hectares de florestas nativas, de um total 3,75 milhões destruídos em todo o mundo. Isso significa dizer que 40% das perdas de biodiversidade aconteceram em solo brasileiro, bem debaixo de nossos olhos, na Floresta Amazônica. O Brasil ganhou até da República Democrática do Congo, da Bolívia, da Indonésia e do Peru, ficando na primeiríssima posição entre os maiores desmatadores do mundo.

Isso tem muito a ver com a agricultura predatória e insustentável do agronegócio, que juntamente com garimpeiros ilegais, entre outros personagens escusos que invadiram as florestas nacionais na região norte, continuam a praticar verdadeiras devassas sobre a terra brasilis, em benefício de empresários irresponsáveis e completamente aliados á atual gestão ambiental desastrosa do governo federal.

Em nossa região, já com muitas décadas de humana, a situação só não é pior porque hoje em dia a conscientização sobre a importância de se manter áreas verdes, além da aplicação das leis ambientes, é um pouco melhor, por exemplo, do que há 20 anos. De acordo com um artigo escrito por Márcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, “a luta pelo desmatamento zero e preservar o que resta da Mata Atlântica é nossa prioridade. Planejar o crescimento e a ocupação das cidades é fundamental para dar mais segurança para as pessoas”, declara.
Para ela, restaurar a mata, especialmente para proteger as nascentes e o fluxo hídrico e garantir água boa para o consumo de todos e para as atividades também é primordial. “No dia a dia existem muitas formas de contribuir por um ambiente melhor, seja na sua escola, no seu bairro, na sua empresa ou na comunidade. Reduzir o consumo e cuidar dos resíduos produzidos em casa, separar e destinar materiais recicláveis para o local
correto, diminuir o uso de água e energia são passos simples, mas bem importantes. Ao presenciar uma agressão ao meio ambiente, denuncie aos órgãos e polícia ambientais ou ao promotor da sua cidade e estará exercendo a cidadania ambiental”, orienta.

Região metropolitana Oeste da Grande São Paulo
Formada por 12 municípios (Araçariguama, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, São Roque, Vargem Grande Paulista), essa região tem uma área de 150.368 hectares, soma uma população de 2.316.100 de pessoas e possui 33.519,76 hectares (22% do total) de mata atlântica preservada, apenas. (veja a tabela completa abaixo).

A vegetação que ainda resta está protegida por leis, mas é preciso que os atuais gestores públicos fiquem sempre em alerta. Em Osasco, por exemplo, as áreas verdes são protegidas de acordo com a legislação: Lei Municipal nº 3995/2005 e Lei Federal nº 12651/2012. De acordo com informações da Secom da cidade, “toda área protegida se dá por meio da legislação específica: Área de Preservação Permanente (APP) e Área de Proteção Ambiental (APA) – são essas as duas áreas de proteção que temos no município. No total, o município possui 13 áreas verdes, que são áreas municipais – os parques públicos.”

Barueri tem 11,87km² de vegetação nativa segundo o Instituto Florestal, sendo 7,44km² (62,7%) de vegetação protegida pela Lei Estadual nº 5598/1987 – Área de Proteção Ambiental da Várzea do Tietê (APA Tietê) – protege 1,12Km² (9,45%) e pela Lei Complemementar Municipal nº 430/2018 – Áreas de Revelante Interesse Ecológico (ARIEs – Altos, Aldeia da Serra e Militar) – protege 6,32Km² (53,25%). Segundo informações da prefeitura, em 2018 a gestão municipal publicou a Lei Complementar 430/2018 (ARIES), com base no Plano Municipal de Mata Atlântica.

Itapevi informa que, de acordo com o Índice de Cobertura Vegetal Nativa e Classe de Prioridade para Restauração da Vegetação Nativa (publicado em 2019 pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Cetesb), a cobertura vegetal do município de Itapevi é de 2.262 hectares, o que equivale a um percentual de 24,8% da cobertura total. Segundo informações da prefeitura, “em Itapevi, a única área com remanescente florestal protegida por lei é o fragmento situado na Serra do Itaqui, que abrange os municípios de Santana de Parnaíba, Barueri e Itapevi. A área possui, aproximadamente, 254 km² e o tombamento foi publicado na resolução SC – 126, de 19/12/2016, processo CONDEPHAAT39971/2000.
O município busca a realização de campanhas socioeducativas para a sensibilização da população para a conservação de áreas verdes, e, além disso, cita-se que as áreas de preservação permanente são protegidas legalmente conforme Código Florestal – Lei nº 12.651, de 25/05/2012″.

Já em Cotia, onde a área da cidade em hectare é a maior entre as 12 cidades da região metropolitana Oeste de São Paulo, com 32.401 ha, as áreas verdes somam 13.325,04 ha, ou seja, 41,10% de seu território é coberto por vegetação nativa, que em sua maioria encontra-se distribuídas em três grandes Áreas de Proteção e/ou Preservação que são: A Reserva Florestal do Morro Grande; A Área de Proteção e Recuperação de Mananciais / Guarapiranga APRM G; e APA ITUPARARANGA – Área de Proteção Ambiental da Bacia Hidrográfica do Itupararanga. A fiscalização e a proteção das áreas cabe à secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, através de sua equipe da Guarda Civil Ambiental, e também apurando denúncias de munícipes feitas através do telefone 4616-8929, a fiscalização conta ainda, com o apoio da Policia Militar Ambiental e com o GIF – Grupo Integrado de Fiscalização da qual fazem parte a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a Cetesb e as prefeituras que abrangem a área de manancial da Represa do Guarapiranga. Até a finalização da reportagem, as demais cidades não haviam enviado as respostas acerca dos questionamentos.

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