O investimento médio per capita em saneamento foi de R$ 105,37 e R$ 122,59, respectivamente. Dados são de pesquisa do Instituto Trata Brasil
Nesta quarta-feira, 20 de março, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou a 14ª edição do Ranking do Saneamento Básico com foco nas 100 cidades brasileiras mais populosas do País. Na Região Metropolitana Oeste da Grande São Paulo, aparecem na lista Osasco e Carapicuíba, ocupando a 49ª e 57ª colocações, respectivamente. O relatório analisa indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2020.
A pesquisa leva em consideração vários indicadores. O levantamento mostrou que ambos os municípios alcançaram 100% de atendimento total de água, ou seja, possuem serviços universalizados em atendimento de água. Em relação a perdas de água na distribuição, Osasco e Carapicuíba registraram 30,69% e 35,22%, respectivamente.
O ranking analisa ainda a coleta e o tratamento de esgoto. Em atendimento de esgoto, Osasco aparece com 93,91%, enquanto que Carapicuíba possui 89,9%. No indicador de tratamento de esgoto, a primeira cidade registrou 37,49% e a segunda, 33,38%. O investimento médio per capita em saneamento foi de R$ 105,37 e R$ 122,59, respectivamente.
Em comparação com o ano anterior, 2023, Osasco estava na 45ª posição no ranking do saneamento. Já Carapicuíba ocupava o 44º lugar. Ou seja, os dois municípios caíram 4 e 13 posições, respectivamente.
Saneamento básico: quem lidera o ranking
Os municípios de Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP) foram os que apresentaram os melhores resultados no ranking. A primeira cidade, por exemplo, possui 99,99% de atendimento de água, 99,99% de atendimento (coleta) de esgoto, 100% de tratamento de esgoto e 23,39% de perdas na distribuição. O investimento médio per capita é de R$ 57,21.
São José do Rio Preto tem 100% de atendimento de água, 93% de atendimento de esgoto, 91,36% de tratamento de esgoto e 20,54% de perdas na distribuição. O investimento médio per capita é de R$ 135,14.
Já Campinas tem 99,69% de atendimento de água, 95,89% de atendimento de esgoto, 80,32% de tratamento de esgoto e 20,19% de perdas na distribuição. O investimento médio per capita é de R$ 151,24.

Ranking de saneamento: desafios
A maioria dos municípios do Ranking (90 dos 100) possui atendimento total de água maior que 80%, de maneira que a maior parte dos municípios considerados no estudo se encontra próximo da universalização deste serviço.
Um dos principais gargalos do Ranking do Saneamento é a parcela da população com o serviço de coleta
de esgoto. A média do País é de 54,95% da população com esse serviço, enquanto a média dos 100 maiores municípios estudados é de 75,69% da população com esse serviço. Apenas dois municípios da amostra possuem 100% de coleta de esgoto: Piracicaba (SP) e Bauru (SP). Outros 34 municípios possuem
índice de coleta superior ou igual a 90% e, portanto, podem também ser considerados universalizados de
acordo com a legislação. O menor percentual de população atendida com serviço de coleta de esgoto na
amostra foi 4,14%, no município de Santarém (PA).
O Brasil tem como compromisso o Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), sobretudo em fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033. Em 2021, ano ainda não abordado na 14ª edição do Ranking do Saneamento, houve uma mudança de comportamento por parte de estados e municípios brasileiros, fazendo com o que o País movimentasse R$ 42,2 bilhões na carteira de leilões dos serviços de água e esgoto em diversas localidades.
Segundo o estudo, a ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas no Brasil. Além disso, 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica. Os dados do SNIS apontam ainda que o País tem dificuldade com o tratamento do esgoto: apenas 50% do volume gerado são tratados – isto é, mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Outro ponto abordado é sobre os investimentos feitos em 2020, que atingiram R$ 13,7 bilhões, valor insuficiente para que seja cumprido as metas do Novo Marco Legal do Saneamento.

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*Cioeste: Araçariguama, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, São Roque e Vargem Grande Paulista.